A felicidade, tal como a beleza, é uma questão de ponto de vista

Ilustração sobre otimismo versus pessimismo

OUTRA FORMA DE SE VER, SENTIR E OUVIR O MUNDO

A realidade atual, para a maior parte das pessoas comuns, exceto aquela minoria privilegiada que pertence à elite financeira, não é exatamente o que poderíamos classificar como sendo um mar-de-rosas.

Mesmo assim, por que alguns conseguem suportar e vencer as dificuldades com bom-humor, enquanto outros sucumbem tão facilmente às adversidades? A narrativa a seguir ajuda a explicar o mistério.

DO QUE REALMENTE DEPENDE A FELICIDADE?

O João Bem-disposto tinha todas as razões para estar triste e deprimido, mas continuava alegre e com o astral lá no alto a maior parte do tempo.

O João Maldisposto, ao contrário, tinha tudo para se sentir o homem mais feliz do mundo, todavia andava bastante deprimido e macambúzio.

O meu amigo João Curioso, intrigado com esse fenômeno, foi perguntar primeiro ao João Maldisposto o que lhe faltava para ser mais feliz, alegre e confiante.

João Maldisposto falou-lhe das preocupações com os seus investimentos, a insegurança com a crise que ameaçava a sobrevivência de sua empresa.

Mas, apesar de ainda continuar a crescer economicamente e de a família estar bem, nunca paravam de chegar más notícias que o deixavam aflito e ansioso.

A seguir João Curioso foi falar com o João Bem-disposto e perguntou-lhe como fazia para manter tanta tranquilidade e boa disposição, apesar de ter perdido o emprego e de enfrentar um processo de divórcio.

João Bem-disposto explicou: “todas as manhãs, quando acordo, sento-me na cama com os pés no chão e olho para baixo. Verifico se ainda estou do lado de cima e não debaixo da terra. Então penso que, enquanto eu estiver vivo, todas as possibilidades continuam em aberto”.

Cartum sobre comportamentoJoão Curioso ficou confuso: então a felicidade é uma questão de ponto de vista?

Intrigado, observou mais pessoas, refletiu, investigou e descobriu várias coisas.

Primeiro, identificou que o foco do João Maldisposto estava nos problemas e os seus esforços pareciam concentrados em evitá-los.

Ao ocupar constantemente a sua mente com as questões incômodas, sentia-se também incomodado a maior parte do tempo.

Neste ambiente mental, o autorreconhecimento, os sonhos e a alegria tinham pouco espaço para se manifestar e desenvolver.

João Maldisposto acabou por criar uma crença de que a vida estava repleta de problemas e perigos, o que, na prática, trazia uma sensação de peso e insatisfação.

João Bem-disposto, por sua vez, conduzia o seu pensamento e a sua atenção às possibilidades abertas por essa nova situação de vida.

Isto lhe proporcionava uma sensação de ânimo, esperança, alegria e vontade de avançar para novos projetos. “Eu guardo o que aprendi e passo adiante”, dizia.

Cada vez mais curioso, o João Curioso continuou a investigar e alargou um pouco mais as suas descobertas.

Aprendeu, por exemplo, que convém separar as noções de dor e prazer do conceito de felicidade e sofrimento. A dor e o prazer são sensações úteis, inevitáveis e inerentes à vida.

Afinal, a palavra Vida pressupõe constante movimento e mudança.

Charge sobre comportamentoJá a felicidade ou o sofrimento são conceitos construídos, implicam crenças pessoais e têm como base o significado que atribuímos às situações e eventos que compõem a nossa vida.

Daí provocarem a sensação de serem mais permanentes.

Assim, transformar uma dor emocional, relacionada com um episódio menos bom e específico da vida, num sofrimento constante e eterno é uma escolha, uma atitude que pode e deve ser evitada.

E esta atitude pode minar os pequenos momentos mágicos e plenos que nos preenchem e confortam.

A partir daí, João Curioso nunca mais parou de investigar e procurar fórmulas para a felicidade.

Então, ao descobrir a Programação Neurolinguística, João Curioso compreendeu que a felicidade deve ser construída de dentro para fora. Algo que não depende nem de outras pessoas nem da posse ou ausência de bens materiais, mas sim de uma conquista interna.

O que o surpreendeu foi o fato de encontrar não só conceitos, mas também uma estrutura e uma tecnologia para lidar com o próprio sistema neurológico, linguístico, emocional e físico, não só para se compreender melhor como para reconstruir a forma como vê, sente e ouve o mundo.

Quando alteramos a forma como percebemos o mundo, o comportamento muda automaticamente e geramos uma nova realidade.

Ao desbastar as teias de crenças limitadoras, medos e inseguranças, damos espaço à autenticidade e à manifestação de conexões verdadeiramente profundas, permitindo usufruir da vida em plenitude e abundância.

Da última vez que o encontrei, João Curioso apenas disse: “agora eu sei que a felicidade, tal como a beleza, é uma questão de ponto de vista”.

Fonte: InPNL

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