Alerta dos apicultores: abelhas também desaparecem no Brasil
O MISTERIOSO SUMIÇO DAS ABELHAS
Desaparecimento do inseto em colmeias preocupa os EUA e agora o Brasil. Em Santa Catarina, uma comissão investiga o caso. E se o problema se repetir aqui em grande escala?
A Cachaça da Happy Hour (em 27/01/2011)
Há cerca de quatro anos, apicultores estadunidenses, canadenses e europeus começaram a ter problemas com suas abelhas melíferas: elas simplesmente desapareciam das colmeias. O sumiço causava prejuízo tanto aos que viviam diretamente da polinização e do beneficiamento dos produtos de origem apiária quanto aos agricultores, que dependiam dos insetos nas lavouras.
“As colmeias tinham muita cria e poucas abelhas adultas. Destas, a maioria era recém-nascida, mas a rainha continuava presente”, afirma o professor de genética na Faculdade de Medicina da USP em Ribeirão Preto, David D. Jong.
Agora, o mesmo está acontecendo em Santa Catarina, onde a Federação das Associações de Apicultores e Meliponicultores (Faasc) recebeu tantas reclamações recentemente que criou uma comissão técnico-científica para estudar o assunto.
“As maiores queixas foram de apicultores do litoral sul e da Grande Florianópolis. A média de perda de colmeias relatada gira em torno de 30%”, afirma Afonso Inácio Orth, professor do Departamento de Fitotecnia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e membro da comissão. Ele explica que sempre há uma perda no manejo das colmeias, algo entre 5% e 15% – 30% é muito.
Nos EUA, a “doença” do desaparecimento das abelhas foi diagnosticada como Colony Collapse Disorder (CCD). As abelhas deixam para trás cria, mel e tudo o que produzem. O curioso é que nas colmeias atacadas não se veem abelhas mortas; nem dentro, nem ao redor.
Algumas possíveis causas já foram apontadas, como o uso de novos inseticidas, aparição de vírus, problemas com a variabilidade genética, falta de alimentos adequados, fungicidas que afetam a alimentação das abelhas e a intensidade no manejo das colmeias, que são transportadas e alugadas para a polinização de lavouras em todo o País.
Ácaros como o varroa destructor e protozoários como a nosema, conhecidos dos pesquisadores, também foram cogitados. Mas a abelha africanizada usada no Brasil, surgida a partir da mistura de uma subespécie europeia e uma africana, é mais resistente a doenças do que as europeias e não precisa de tratamento com fungicidas e, em condições normais, resiste ao ácaro.
“Não podemos afirmar que seja o mesmo problema que ocorre nos EUA, mas os sintomas são bem parecidos”, diz Orth.
Polinização e mel
De acordo com David D. Jong, o desaparecimento de abelhas já é um fenômeno mundial e pode causar danos à agricultura.
“Nos EUA, no auge dos relatos, o aluguel de uma colmeia para polinização passou de US$ 40 por mês para algo entre US$ 150 e US$ 200″. Ele lembra que o Estado da Califórnia é totalmente dependente da polinização dirigida na produção de frutas e que só as plantações de amêndoa da Califórnia mobilizam 1,4 milhão de colmeias na florada.
Em Santa Catarina, os preços também dispararam na safra do ano passado. “Quem contratou de última hora pagou R$ 75 por uma colmeia que até ontem era alugada a R$ 45 por florada”, afirma Orth.
Santa Catarina foi pioneira no uso profissional das colmeias para a polinização das macieiras. Hoje são utilizadas cerca de 120 mil colmeias para isso, de acordo com Orth. O Estado produziu, na última safra, 700 milhões de toneladas de maçãs, mais de 50% da safra do sul do País, de 1,2 bilhão de toneladas.
Segundo Nézio Fernandes de Medeiros, presidente da Faasc, os apicultores que perderam abelhas ficaram desesperados.
“Quem sente mais depressa são os que vivem diretamente dos produtos. Há 30 mil famílias que dependem da produção de mel. A perda estimada foi de 6 mil toneladas do produto no ano passado”, disse ele.
A boa notícia é que as abelhas, que vivem cerca de 30 dias, se reproduzem rapidamente: cada uma pode por até 3 mil ovos por dia, em média.
Via Luis Nassif
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Um dos grandes motivos do desaparecimento de abelhas são as plantações transgênicas. As plantas transgênicas não possuem flores para as abelhas e para a continuação da espécie… isso é o mais grave de tudo. Os maleficios da transgenia são tantos e tão graves e as pessoas não estão se acordando para isso.
O físico Albert Einstein dizia que se as abelhas desaparecessem, à Humanidade só restariam quatro anos, porque sem elas, não há polinização e consequentemente não há alimentos. Estudos científicos atuais estão comprovando essa tese de Einstein.
Post legal sobre o assunto: http://www.naturoverda.com.br/site/?p=180
Concordo. E acrescento: teses para esse enigma é que não faltam. Outra delas, cabulosa, sugere que aparelhos celulares e torres de transmissão de sinais de telefonia também poderiam estar por trás do sumiço de diversas colméias. A teoria é que a radiação interfere à distância no sistema de navegação das abelhas, desorientando-as e fazendo com que elas não saibam mais voltar para as suas “casas”. Caso haja alguma base científica nisso, então imagine só o que essas ondas seriam capazes de provocar diretamente nos nossos frágeis “miolos” humanos, com o aparelho grudado o tempo todo no ouvido.
eita ferro….. dessa eu num sabia, num tinha lido. será que pode chega aqui em minas? já pensou no tamanho da encrenca pros apicultores pequenos?
Lamento informar, brother, mas já chegou. Depois de atravessar o Sul, entrou no Sudeste, via SP. Agora em Uberlândia também se observa a mortalidade das abelhas e a queda na produção. Confira nesse link:
http://www.apisjordans.com.br/outras_noticias.php?cod_noticias=40