HORA DO ESPANTO COM ARACNÍDEO TEXANO

Do blog ECOnsciência

A obra adiada está orçada em 15 milhões de dólares — equivalentes a 30 milhões de reais. O raro aracnídeo foi visto somente duas vezes em mais de trinta anos.

ARANHA TÃO RARA QUANTO O LENDÁRIO ‘PÉ GRANDE’

Uma minúscula aranha do tamanho de uma moedinha conseguiu interromper, por tempo indeterminado, uma big obra de 15 milhões de dólares nos EUA.

O inusitado acontecimento, que chamou a atenção da mídia norte-americana nos últimos dias, se deve ao fato de se tratar de uma espécie rara em extinção que não era vista em três décadas.

Trabalhadores da construção da rodovia 151 em San Antonio, no Texas, encontraram o aracnídeo em um profundo buraco no meio da obra com a ajuda de especialistas.

Jean Krejca, biólogo e presidente da Zara Ambiental, que acompanha o projeto, conseguiu identificar a aranha, conhecida por permanecer em gretas e cavas, depois que a água da chuva revelou um orifício típico da espécie.

A aranha foi dissecada por um taxonomista que confirmou a descoberta tão esperada por biólogos: ela pertence à espécie da Cicurina venii, incluída desde 2000 nas listas do governo federal dos EUA de animais ameaçados de extinção.

Por ser encontrada apenas no estado do Texas, especialistas consideram que as rodovias podem alterar o habitat natural do aracnídeo. Até projetistas e biólogos encontrarem uma solução para o problema, a construção permanecerá parada.

Desde que a obra teve início, em abril deste ano, 14 espécies raras de aracnídeos foram encontradas na área das rodovias. Isso se deve ao fato da região das estradas serem muito ricas em recursos naturais.

Vista pela primeira vez em 1980 a apenas 8 quilômetros da obra, a aranha não é venenosa e os especialistas acreditam que toda a área da rodovia pode fazer parte de seu habitat natural.

Por esta razão, o Departamento de Transportes do Texas preferiu abordar a questão com cautela, considerando ser cedo demais para saber quais as soluções disponíveis.

Enquanto alguns demonstram irritação com o atraso e o prejuízo, biólogos e defensores de animais comemoram a descoberta, animados sobre o que podem aprender com essa espécie.

Como existe uma alta probabilidade de haver mais Cicurinas no canteiro de obras, Krejca disse que a descoberta é como se “tropeçássemos em uma nova ilha de Galápagos em termos da importância biológica para a região”.

Com Opera Mundi