Bancos peitam Presidenta Dilma para não cortar juros
E A TESOURA FICOU CEGA
Secretário do Tesouro entre 1992 e 1996, nos governos Collor, Itamar Franco e FHC, o presidente da Febraban tornou-se famoso pela sanha em cortar gastos na esfera pública. Vem daí o mimoso apelido que despejam nas suas costas até os mais cordiais companheiros de ministério desse tempo: ‘Murilinho Mãos-de-Tesoura’. Indicado pelo tucanato como representante brasileiro junto ao FMI, valeu-se de suas relações para permanecer no cargo no início do governo Lula.
JUROS: A DESFAÇATEZ DO SINDICATO DOS BANCOS
Murilo Portugal, o presidente do sindicato brasileiro dos bancos — a Febraban –, resolveu peitar a prioridade da Presidenta Dilma Rousseff no decisivo braço-de-ferro para derrubar os juros.
Em vez de apresentar um cronograma de corte das taxas, como esperava o governo, cobrou ‘incentivos e desonerações’ ao setor mais lucrativo [e parasitário] da economia para baixar o spread.
Murilo Portugal é um veterano da piscina ortodoxa onde se nada a contrapelo dos interesses do país. Tem uma estante de troféus conquistados nessa modalidade.
Secretário do Tesouro entre 1992 e 1996, nos governos Collor, Itamar Franco e FHC, tornou-se famoso pela sanha em cortar gastos na esfera pública.
Vem daí o mimoso apelido que despejam nas suas costas até os mais cordiais companheiros de ministério desse tempo: ‘Murilinho Mãos-de-Tesoura’.
Indicado pelo tucanato como representante brasileiro junto ao FMI, valeu-se de suas relações para permanecer no cargo no início do governo Lula.
Quando Nestor Kirchner decretou a renegociação unilateral da dívida argentina, em 2003, perfilou ao lado dos caças rentistas. Em nome do Brasil, pilotou voos rasantes para derrotar o exemplo corajoso da Casa Rosada.
Depois se soube: Murilo tinha a cobertura do então ministro da Fazenda Antonio Palocci, a quem posteriormente serviria como secretário-executivo do ministério, de 2005 até a queda do aliado, em 2006.
Obsessivos em manter uma distância sanitária entre Brasília e a heterodoxia argentina, chegaram a operar então para que o Presidente Lula não atendesse a chamados telefônicos insistentes de Nestor Kirchner em busca de apoio.
Leia o texto completo na Carta Maior
“A primeira questão que chama a atenção, nesse debate, é o fato dos sucessivos governos eleitos pelo PT terem esperado quase uma década para tomar uma decisão tão simples e ordinária como essa! E, em mais uma dessas coincidências da história, foi necessário que o Demóstenes caísse em desgraça política, mais de 9 anos depois de sua estréia no Senado, para que o governo resolvesse começar pelo óbvio. Baixar os juros.”
Minha sugestão de leitura, na mesma Carta Maior indicada no post, sobre como na defesa do manual de sobrevivência do financismo desvairado, os representantes do capital financeiro ampliam sua penetração pelos órgãos de comunicação: http://www.cartamaior.com.br/templates/colunaMostrar.cfm?coluna_id=5551