BBB 12 e Mulheres Ricas – exposição da miséria humana na TV

Perdendo a cabeça

GUILHOTINA PEDAGÓGICA

Do blog BananaPost

Quem já andava aterrorizado com o retorno de mais um Big Brother Brasil — e Pedro Bial, o seu indefectível ‘promoter’ de bacanal — prepare-se, pois o circo de horrores da TV brasileira ainda dispõe de vasto arsenal com vistas a atingir literalmente o auge da exposição da miséria humana.

MULHERES RICAS, MEU NOME AGORA É ZÉ PEQUENO!

por Marco Antonio Araujo *

Mulheres Ricas, da Band, é para estômagos fortes. Eu sobrevivi a 30 minutos de exposição, antes de começar a sentir engulho, a ânsia que precede o vômito.

O enjoo é imediato, basta ouvir o modo afetado e desumano como falam as milionárias que têm suas vidas expostas no reality show mais fake do Sistema Solar.

Narcisa Tamborindeguy, Brunete Fraccaroli, Débora Rodrigues, Val Marchiori e Lydia Sayeg possuem algo em comum, muita bufunfa, assim como sofrem da mesma carência: senso de ridículo. Deus dá, Deus tira.

As cinco madames tupinambás aceitaram participar de uma farsa que envolve mais dinheiro que novecentos mensalões.

É impossível acreditar que os diálogos mostrados no programa sejam naturais. Não. Foram todos criados (e depois ensaiados) por algum teledramaturgo sadomasoquista e analfabeto.

Ou elas são burras mesmo.

Por que alguém aceita mostrar em canal aberto, sem nenhum constrangimento, o que há de pior nos primatas? As aparições dessas senhoras parecem uma gincana de futilidade em que vence quem se mostrar mais desprezível.

Periguetes, relaxem: grana não faz a menor diferença na hora de ser vulgar.

Hello! Ai, que tédio! Aique Batista! Todo mundo tem que almejar ser rico. São os bilionários que movem a economia mundial, e não quem trabalha feito um pobre. A felicidade está logo ali, basta ter nascido rico ou ter se casado com um. Ou berço ou cama.

Que todas sejam alienadas, ok. Perderam a noção de realidade por dever de ofício.

A produção já contava com essa característica das participantes. Mas ninguém da Band vai chamar o doutor Drauzio ou internar para tratamento aquela única bonitona viciada em champanhe? Ela é alcoólatra, tadinha! Fase terminal.

Uma utilidade pedagógica para essa atração é ilustrar os jovens sobre o porquê de Maria Antonieta ter sido decapitada.

Agora também entendo o que motivou a Revolução Francesa e as barbáries contra a realeza na União Soviética.

Mereciam.

Se alguém quer se arriscar a assistir a Mulheres Ricas, o aviso está dado.

Eu precisei depois rever três vezes Cidade de Deus para me acalmar. Meu nome agora é Zé Pequeno!

* O Provocador

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