Brasil exporta tecnologia para ‘esticar’ cerveja nos EUA
BOTARAM ÁGUA NO CHOPE DOS GRINGOS?
Repare bem na cor esquisita desta cerveja. A tonalidade da foto não foi manipulada — clique nela para ver a imagem original.
A belga Hoegaarden é assim mesmo, desbotada. Não imagino o paladar, embora o visual não contribua em nada para torná-la convidativa a uns goles.
Da mesma maneira que, para mim, acontece com qualquer cerveja nacional, mesmo as mais amarelinhas. Há muito tempo parei de consumir as marcas pilsen que dominam o mercado.
Posso ter uma cabeça péssima para lembrar de nomes e datas. Em compensação, minhas memórias olfativa e gustativa são hiper-afiadas.
Me recordo direitinho do sabor encorpado das cervejas, quando as fábricas eram independentes. Depois que foram agrupadas sob o mesmo guarda-chuva econômico, parece que choveu no conteúdo das garrafas.
Daí, não causar nenhuma surpresa a denúncia dos consumidores norte-americanos de que andaram botando água no seu chope.
A Budweiser, marca campeã de vendas nos EUA, está sendo acionada na Justiça por diluir sua cerveja, esticando o produto.
A fabricante Anheuser-Busch, empresa que pertence ao grupo belga-brasileiro AB Inbev, do empresário Jorge Paulo Lemann, é processada por consumidores em São Francisco, na Califórnia.
De acordo com a ação coletiva, a companhia estaria “rotulando falsamente o teor de álcool de seus produtos”. O processo envolve dez marcas de bebidas, além da própria Bud.
A ação afirma que a malandragem de aguar a cerveja começou após a Anheuser-Busch ter se fundido à AB Inbev em 2008, se tornando a maior produtora de bebidas alcoólicas do mundo.
“Após a fusão, a Anheuser-Busch começou a utilizar práticas enganosas, comprometendo a qualidade dos seus produtos a fim de reduzir os custos”, afirma a ação judicial.
Os consumidores exigem uma indenização por danos e prejuízos nos últimos cinco anos. Em comunicado, a Anheuser-Busch diz que as acusações são falsas — queria que dissesse o quê?
Aqui, como o brasileiro é desmemoriado, continua bebendo sem reclamar “água suja”, como um amigo alemão costuma se referir jocosamente à nossa gelada quando vem de férias ao Brasil.
Ah, sim, e antes que eu me esqueça, a belga Hoegaarden, por ironia do destino comercial, também pertence ao grupo encabeçado por JP Lemann…
Com Brasil 247