Classe média tem mais interesse na compra e venda de imóveis

Casas, apartamentos e lojas

SONHO DA CASA PRÓPRIA SAI DO PAPEL

Depois de satisfazer necessidades mais imediatas de consumo, a segurança com o futuro entra de vez na conta dos orçamentos familiares da nova classe média. Para milhões de pessoas chega o momento de retirar sonhos da cabeça e projetos do papel para que sejam materializados na forma de investimentos imobiliários ou a venda de imóveis antigos para a compra de novas moradias.

NOVA CLASSE MÉDIA RACIONALIZA O CONSUMO

Entre 2005 e 2011, um em cada três brasileiros ascendeu socialmente das classes D/E para C e da C para A/B. Em números exatos foram 63,7 milhões de pessoas, o equivalente à população inteira da Itália. Esse forte mercado consumidor é que deu sustentação para que o País atingisse a sexta colocação entre as maiores economias do mundo.

Até agora, o pilar desse forte movimento de mobilidade social foi a classe C. Só no último ano, 2,7 milhões de brasileiros das classes D/E ascenderam à classe C. O aumento do emprego, da renda e do salário explica essa mobilidade social.

Mas o quadro se altera rapidamente: após a forte ascensão das classes D e E para C na última década, movimento semelhante de migração social é percebido da classe C para a B.

Com renda familiar mensal entre R$ 2,2 mil e R$ 7 mil, nos próximos três anos a classe B deve ser o estrato social com maior potencial de consumo, ultrapassando a classe C. Em 2015, os 15,1 milhões domicílios de classe B terão R$ 753 bilhões para gastar, nas contas do Pyxis Ibope Inteligência.

A “revolução do B”, como é chamada pelos estudiosos do assunto, já começou com a explosão de um novo modelo de consumo, uma vez que a classe C atingiu o ápice de importância no mercado consumidor, segundo o IPC Marketing, consultoria especializada em mapear tendências econômicas.

Compra e venda de imoveisO SONHO DA CASA PRÓPRIA

Depois de satisfazer necessidades mais imediatas de consumo, a segurança com o futuro começa a entrar de vez na pauta dos orçamentos familiares.

Para milhões de pessoas chegou o momento de retirar sonhos da cabeça e projetos do papel para que sejam materializados na forma de investimentos imobiliários ou a venda de imoveis usados para a compra de novas moradias.

Assim, até mesmo ícones do consumo, como automóveis, o brasileiro pretende diminuir as compras ao longo deste ano. De acordo com pesquisa da Cetelem BGN, 15% dos entrevistados pretendem comprar carro em 2012. No ano passado, essa fatia era de 18%.

Apesar do otimismo, a pesquisa detectou que os brasileiros estão mais seletivos com os gastos neste ano.

No caso do celular, o recuo foi expressivo: 17% planejam comprar telefone, ante 25% em 2011. Viagens e eletrodomésticos também apresentaram queda na intenção de compra no último ano, de 32% para 25% e de 38% para 30%, respectivamente.

A expectativa dos analistas é que a população não vai parar de gastar, mas adotará apenas uma postura menos emocional e impulsiva na hora de adquirir produtos.

Tanto é verdade que, de 12 itens analisados, em 9 há recuo na pretensão de compras em 2012 na comparação com o ano anterior e estabilidade ou crescimento em apenas 3 itens: a casa própria, como destaque, seguida de motocicletas e equipamentos esportivos.

Venda de Imoveis

CONFIRMAÇÃO DE TENDÊNCIAS

Novos dados divulgados na semana passada confirmam que a construção civil voltou a elevar seu nível de atividade neste início de 2012. Em janeiro, o setor contratou mais 50,8 mil trabalhadores, um aumento de 1,6% em relação a dezembro.

Todas as regiões do Brasil registraram elevação neste indicador. Com isso, o número de trabalhadores formais do setor atingiu 3,225 milhões, conforme pesquisa do SindusCon-SP e da FGV, atualizada com os últimos dados da Rais.

O grande volume de admissões já em janeiro denota perspectiva de intensa atividade da construção e reforça a previsão de que o setor deverá crescer acima do PIB neste ano. Nos últimos doze meses encerrados em janeiro, a construção contratou mais 219,8 mil trabalhadores, um aumento de 7,32%.

Isto se refletiu diretamente na forma promissora como o segmento imobiliário iniciou o ano. Em janeiro, os financiamentos para a construção, compra e venda de imoveis atingiram R$ 5,68 bilhões, uma alta de 22% em relação ao mesmo mês do ano passado.

Segundo a Abecip (que reúne as empresas de crédito imobiliário), nos últimos 12 meses até janeiro os financiamentos alcançaram o valor recorde de R$ 80,9 bilhões, com crescimento de 40% sobre os 12 meses anteriores.

No primeiro mês deste ano, foram financiadas 33,7 mil unidades habitacionais, número equivalente àquele de janeiro do ano passado. Já no acumulado de 12 meses, financia­ram-se 493,3 mil imóveis, 14% a mais que nos 12 meses precedentes.

Significa que o crédito para a compra da casa própria atingiu em janeiro a marca de 5% de tudo o que a economia produz, divulgou recentemente o Departamento Econômico do Banco Central. Segundo o BC, em cinco anos o volume de crédito habitacional mais do que triplicou em relação ao PIB.

Compra de casa para a famíliaNOVAS MODALIDADES DE CRÉDITO

Atrelada ao aumento do número de pessoas proprietárias de imóveis, cresce no Brasil uma recente modalidade de crédito, o home equity, que utiliza o bem quitado como garantia.

A tendência, para os analistas, é de expansão intensa nos próximos anos, já que o País passa por um momento de aquecimento do mercado imobiliário com expansão da renda média dos brasileiros, ascensão social, baixos índices de desemprego e aumento da oferta de crédito.

Dados do Banco Central mostram que o financiamento imobiliário elevou 44,5% nos últimos 12 meses, do saldo de R$ 142,5 bilhões em janeiro de 2011 para R$ 206 bilhões no mesmo mês deste ano.

O mercado deve continuar aquecido porque mais brasileiros terão imóveis e essa linha vai explodir, o que já aconteceu nos países desenvolvidos. Vai ser uma revolução do crédito, com prazos longos e baixas taxas.

A projeção é que o ganho de renda vá prevalecer até o final dessa década e outras modalidades de crédito vistas em outros países começarão a crescer por aqui, como a securitização.

A Caixa Econômica Federal, por exemplo, atingiu ao longo do último ano R$ 2,1 bilhões em saldo de operações no crédito pessoal, sem destinação específica, que aceita imóvel como garantia. O valor representa um acréscimo de 550% na comparação com 2010.

O principal público tomador do financiamento está no sócio de uma pequena ou média empresa — é a pessoa física que pega para investir na pessoa jurídica. Para 2012, a estimativa está em atingir R$ 5 bilhões.

Em outros países, como os Estados Unidos, há a permissão de financiar acima de 100% do valor do imóvel, mas no Brasil ainda é limitado a 70% para evitar excessos de endividamento. A CEF começou com o limite de 50%, mas já passou para 70% e pode chegar ou ultrapassar a totalidade do valor da moradia.

O caminho natural é que o banco oficial sinta-se mais confiante e se exponha mais ao risco, no que deverá ser acompanhado pelas demais instituições financeiras privadas.

2 thoughts on “Classe média tem mais interesse na compra e venda de imóveis

  • 25 de março de 2012 em 23:49
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    A sabedoria popular ensina-nos que é melhor possuir a pior casa num bairro bom do que a melhor casa num bairro ruim. “Bom” é o que fica situado em área mais nobre da cidade e dotado de infra-estrutura (comercio, hospital, iluminação, segurança e tal). O que se viu na primeira fase do crédito consignado foi o povão fazendo melhorias na casinha simples da comunidade. Agora com o emprestimos fartos e abundantes eles tão vendendo o imóvel reformado para comprar apê num bairo mais bacana. É assim que o negócio imobiliario prospera com a acensão social.

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    • 22 de janeiro de 2015 em 12:17
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      Bairros “ruins” podem ser melhores que os “bons”, tudo é muito relativo. Esse desespero por casa própria compromete muito o orçamento das pessoas, e elas deixam de ter outras experiências, massacradas pelo financiamento que, no fim, sai pelo triplo de uma casa. Toda essa especulação… é nojento. A vida passa rápido demais, pense bem antes de se meter nesses negócios.

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