Desenho de canguru prova que portugueses ‘descobriram’ a Austrália
ANTIGO MANUSCRITO QUE MUDA A HISTÓRIA
Esta é uma história sobre a História, para levantar a autoestima dos portugueses, tão combalida nesses tempos de aperto pela crise neoliberal que sufoca a zona do euro.
Em 1606, o holandês Willem Janszoon descobriu oficialmente a Austrália. E em 1770, o capitão James Cook reclamou a posse do continente para a Coroa britânica, certo?
Bem, há vários séculos que estes dois fatos são mais ou menos incontestáveis. No entanto, recentemente foi descoberto um documento que vira a História de cabeça para baixo.
Trata-se de um pequeno livro-bomba, contendo texto e pautas de música litúrgica, escrito em latim e em português, que pertenceu à freira Catarina de Carvalho.
DESENHOS DE CANGURUS E ABORÍGENES
O fascinante é que as anotações da religiosa portuguesa, datadas dos anos 1580-1620, mostram um canguru – marsupial que só existe naquela região – desenhado numa das letras maiúsculas iniciais.
No mesmo manuscrito aparecem outras ilustrações, também dentro de letras, representando homens em tronco nu, com trajes e adornos de penas na cabeça, semelhantes a aborígenes australianos.
O inusitado documento, avaliado em 11 mil euros, foi adquirido pela galeria Les Enluminures, em Nova York, de um ferro-velho em Portugal.
Ora, se a Austrália só foi descoberta em 1606, como teria o autor ou autora do livro tido conhecimento da existência de cangurus e aborígenes?
Já há muitos anos os historiadores levantam a possibilidade de que os portugueses tenham desembarcado na Austrália muito antes dos holandeses, com base em várias evidências.
Uma delas foi a descoberta de dois canhões de caravelas submersos nas águas da baía de Broome, na costa noroeste da Austrália.
Segundos os cientistas, estas peças de artilharia são de fabricação portuguesa, podendo ser datadas entre os anos de 1475 e 1525.
O historiador australiano, Peter Trickett, também concorda que foram os navegadores portugueses os primeiros a mapear a costa australiana, muito antes dos holandeses.
Segundo ele, em 1522, uma armada liderada por Cristóvão de Mendonça, teria chegado à costa australiana, quase 250 anos antes do capitão James Cook.
Outro historiador e filólogo australiano, Carl von Brandenstein, acha que os portugueses teriam naufragado no noroeste da Austrália Ocidental, perto da ilha de Depuch, entre 1511 e 1520.
Tendo sido os primeiros europeus a alcançar o continente, de onde não puderam sair, acabariam por se integrar à população local, deixando marcas culturais nas tribos aborígenes.
DESCOBERTA MANTIDA EM SEGREDO
Para o pesquisador português Paulo Sousa Pinto, “a presença portuguesa, no século XVI, no território australiano é possível e muito provável, mas sem ser em nome da Coroa portuguesa”.
Ocorre que o Pacífico, naquela zona, era um imenso oceano português, englobando Malaca, o arquipélago indonésio, a China, Timor e a Malásia, mas a Austrália não tinha nenhum interesse comercial para o tipo de atividade que se praticava na época.
Ou seja, os portugueses não reclamaram o continente para a Coroa de Portugal e mantiveram a descoberta em silêncio, por desinteresse financeiro ou outros motivos políticos.
Completo na Voz da Rússia