Direitos e diversidade na avenida no Dia Internacional da Mulher

Banda Maria Vem Com As Outras

Do Blog BananaPost

MULHERES BOTAM O BLOCO NA RUA NO DIA INTERNACIONAL DA MULHER

O bloco carnavalesco carioca Maria Vem Com As Outras saiu na tarde desta terça-feira defendendo a bandeira dos direitos iguais para comemorar o Dia Internacional da Mulher.

“Queremos atividades mais lúdicas, com brincadeiras, arte e cultura. Não basta um simples parabéns ou brindes como flores, batons. É preciso que as pessoas compreendam que o mundo ainda é desigual, ainda existe muito a fazer em prol dos direitos para mulheres em todo o mundo”, explica uma das idealizadoras do projeto, a estudante de saúde coletiva, Bárbara Bulhões, 21 anos.

O principal diferencial do Maria Vem Com As Outras é a bateria Fina Batucada, composta por 200 mulheres.

A cor lilás, presente nas bandeiras do bloco, representa a mistura de feminilidade e força. “Lilás é uma cor ótima porque mescla outras cores, acaba simbolizando a feminilidade do rosa com a força do azul. E dá o tom adequado ao que queremos dizer, que é justamente falar de direitos sem deixar de sermos nós mesmas, sem deixarmos a feminilidade”, explicou Mariana Busch, integrante do projeto.

As mulheres ali presentes aprovaram a proposta. Mesmo quem participou do bloco pela primeira vez, gostou. “Não conhecia o ‘Maria’, vim de outro bloco na Lapa [o Maria Vem Com As Outras sai do Circo Voador, no mesmo bairro], mas gostei daqui, gosto de carnaval, acho que está organizado”, comentou a foliã Bianca Pontes, 25 anos, administradora.

Banda Maria Vem Com As Outras

Diversidade sexual e de gênero na cartilha

Saúde, diversidade sexual e de gênero e direitos das mulheres fazem parte do cardápio musical do Maria Vem Com As Outras. Em sua segunda passagem pelo carnaval carioca, o bloco formado em 2010 aproveita o carnaval para falar das questões de interesse da mulher.

“O bloco foi criado no ano passado, para comemorar o Dia Internacional da Mulher. Boa parte das meninas é estudante, algumas secundaristas, outras universitárias. A proposta é comemorarmos o nosso dia de uma forma diferente, não só com passeatas, mas de uma maneira mais lúdica”, explicou a universitária Paula Fernandes, estudante de geografia.

“Este ano a gente comemora a diversidade, abordando a mulher no carnaval, que não seja pela exploração sexual. Discutimos a diversidade da homossexual, da negra, da trabalhadora. Na forma como a gente é tratada na rua, as pessoas se aproximam de você como se fosse um pedaço de carne. Mas nós não somos só parte figurante desse cenário. Mulher no carnaval não é só bunda e peito”, completou Paula Fernandes.

O bloco nasceu da proposta de levar a discussão sobre as mulheres para o espaço do carnaval, segundo a universitária Mariana Busch, estudante de direito. “É uma maneira divertida, porque o carnaval é uma festa popular, mas, ao mesmo tempo, você pode estar fazendo uma discussão, não de uma maneira chata e sim de uma forma leve, que consiga chegar no coração das pessoas”, disse.

O grupo preparou uma cartilha com 12 páginas para ser distribuída durante o desfile, trazendo textos para reflexão, poemas e informações úteis, como telefones e endereços de serviços de apoio à mulher. O e-mail do grupo é: [email protected].

Da redação, com agências

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