Homenagem ‘póstuma’ ao Estadão no Dia do Jornalista
MAIS ÁRVORES SALVAS COM FIM DO JORNAL
Hoje, 7 de abril, é o Dia do Jornalista, comemoração oficializada 100 anos depois do assassinato do homenageado, o jornalista Líbero Badaró, em 1830. Este crime, por motivação política, foi a causa principal da abdicação ao trono, por Dom Pedro I.
Quando se fala em jornalismo hoje, deve-se colocar o papel desse profissional no seu devido lugar. Ele não é representante de nenhum poder constituído, embora muitos se arroguem o direito de atuar diariamente como se estivessem acima do bem e do mal.
Ainda tem pseudo-jornalista que se vale da sua condição profissional para botar banca, achar que pode delinquir indefinidamente, na sabotagem aos interesses da coletividade e do País. Estes, um dia, terão de prestar contas sobre suas ações antinacionais.
ESTADÃO AGONIZA E NÃO TEM COMO RESISTIR AOS NOVOS TEMPOS
Por Paulo Nogueira *
O Estadão está virtualmente morto.
Está cumprindo todas as excruciantes etapas da agonia dos jornais (e das revistas) na era da Internet: demissões, demissões, mais demissões. Menos páginas, borderôs menores.
E futuro, nenhum.
A tendência é que, em breve, o Estadão circule duas ou três vezes por semana, como já está acontecendo com tantos jornais no mundo.
A Folha, em outras circunstâncias, vibraria. Na gestão Frias, um dos dogmas na Barão de Limeira era que apenas um jornal sobreviveria em São Paulo.
Semimorto o Estado, ficaria a Folha, portanto.
Mas os problemas da Folha são exatamente os do Estado. Pela extrema má gestão dos Mesquita, eles apenas levam mais cedo o Estadão ao cemitério.
Isso quer dizer que não vai sobrar nenhum.
A lamer, apenas, cada emprego perdido por jornalistas que tiveram o azar de estar na hora errada na redação errada sob a administração errada derivada da família proprietária errada.
(Os demitidos, importante que se lembrem disso, terão a oportunidade de respirar ares mais enriquecedores, sobretudo na mídia digital)
Mas o jornal, em si, não deixará saudade.
Qual a contribuição do Estadão ao país?
O golpe de 1964, por exemplo. O Estadão, como o Globo, tem um currículo impecável quando se trata de abraçar causas ruins e misturar genuínos interesses privados com interesses públicos fajutos.
No mundo perfeito, segundo o Estadão, os brasileiros serviriam basicamente de mordomos para os Mesquitas.
Ainda hoje, moribundo, gasta suas últimas reservas na defesa de um país em que o Estado (governo) deve servir de babá para uma minoria que, no poder, fez do Brasil um dos campeões mundiais em desigualdade.
Que colunista se salva? Quem oferece uma visão alternativa? Quem quer um país melhor, menos injusto?
Dora Kramer? Pausa para risada.
Os editorialistas mentalmente decrépitos que davam conselhos à Casa Branca, mas jamais conseguiram cuidar do próprio quintal? Nova pausa.
Articulistas como Arnaldo Jabor? Pausa mais longa, porque aí é gargalhada.
O Estadão pertence a um mundo em decomposição, e cujo passamento não deixa ninguém triste.
Combateu o mau combate. Perdeu, e se vai. Poderia ter ido antes. Muitas árvores teriam sido poupadas.