Micos amestrados empolgam a macadada no circo do BBB

BBB11 - jaula de macacos

Humanos x Macacos — afinal, quem é o verdadeiro “animal”?

Do blog BananaPost (publicado em 15/01/2011)

“O filósofo alemão Friederich Nietzsche (1844-1900) parecia ter o dom da premonição, já que se antecipava muito quando se tratava de projetar ideias sobre a condição humana. É dele esta percepção: ‘O macaco é um animal demasiado simpático para que o homem descenda dele’. Isto porque Nietzsche foi poupado de atrações quase sérias e semi-circenses, como o Big Brother Brasil.

No picadeiro, o macaco é aplaudido por sua imitação do humano: se equilibra e passeia de triciclo e de bicicleta, se veste de gente, com casaca e gravata, sabe usar vaso sanitário, descasca alimentos. No picadeiro do BBB, os seres humanos são aplaudidos porque se mostram intolerantes uns com os outros, se vestem de papagaios, ladram, miam, coaxam, zumbem – e tudo como se animais fossem.

E o mais incrível é que chegam a botar ovo em momentos predeterminados. Se vestem de esponja e se encharcam de detergente a limpar pratos descomunais noite afora.

Em sua imitação de animal, o humano que se sobressai no BBB é aquele que consegue ficar literalmente engaiolado – junto com outros bípedes não emplumados – por grande quantidade de horas. E sem poder satisfazer as necessidades humanas básicas, muitas vezes tendo que ficar em uma mesma posição, como seriemas destreinadas. E são os únicos animais que demonstram imensa felicidade em permanecer por mais tempo na gaiola.

Não lhes jogam bananas nem pipocas, mas quem for o último a sair da jaula semi-humana ganha uma prenda.”

A análise acima é do ferino jornalista Washington Araújo. Mas ela também tem a virtude de nos remeter a uma experiência (veja abaixo) que parece avançar em direção a outra tese: quem é mais irracional – aquele que vive enjaulado na casa do Bial ou o que dá audiência à TV Globo, “aprisionado” na frente da telinha?

Como nasce um paradigma *

Um grupo de cientistas colocou cinco macacos numa jaula, em cujo centro puseram uma escada e, sobre ela, um cacho de bananas. Quando um macaco subia a escada para apanhar as bananas, os cientistas lançavam um jato de água fria nos que estavam no chão.

Depois de certo tempo, quando um macaco ia subir a escada, os outros enchiam-no de porrada. Passado mais algum tempo, nenhum macaco subia mais a escada, apesar da tentação das bananas.

Então, os cientistas substituíram um dos cinco macacos. A primeira coisa que ele fez foi subir a escada, dela sendo rapidamente retirado pelos outros, que o surraram. Depois de algumas surras, o novo integrante do grupo não mais subia a escada. Um segundo foi substituído, e o mesmo ocorreu, tendo o primeiro substituto participado, com entusiasmo, da surra ao novato. Um terceiro foi trocado, e repetiu-se o fato. Um quarto e, finalmente, o último dos veteranos foi substituído.

Os cientistas ficaram, então, com um grupo de cinco macacos que, mesmo nunca tendo tomado um banho frio, continuavam batendo naquele que tentasse chegar às bananas.

Se fosse possível perguntar a algum deles porque batiam em quem tentasse subir a escada, com certeza a resposta seria: “Não sei, as coisas sempre foram assim por aqui…”

E aí, deu para pegar o espírito da coisa?

* Paradigma encontrado aqui

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Blog BananaPost - o porta-voz da macacada

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