Milhares de armas de fogo recicladas como instrumentos musicais
HARPAS, FLAUTAS E GUITARRAS
Do blog ECOnsciência
No Brasil, o armamento apreendido com a bandidagem em ações policiais é destruído por rolos compressores. Depois a sucata é encaminhada a fundições para ser derretida. Tudo feito discretamente.
No México, não. Lá, as armas de fogo apreendidas na guerra contra o tráfico de drogas era apenas enterrada. Agora elas são usadas em campanhas de conscientização pelo desarmamento.
Através do projeto Imagine, o artista plástico Pedro Reyes — com a colaboração de seis músicos — transformou os componentes de 6 mil 700 pistolas, fuzis e metralhadoras, entre outros, em 50 instrumentos musicais.
Como uma forma de declaração contra a violência armada, no período de duas semanas o material bélico foi cortado e soldado para se transformar em instrumentos de corda, sopro e percussão.
Para Pedro Reyes a transformação foi mais do que física. “Muitas vidas foram tiradas com essas armas. Com esta espécie de exorcismo, a música expulsa os demônios nelas contidas como um réquiem para as vidas perdidas”, justifica.
Ao lembrar as 80 mil mortes por arma de fogo que ocorreram no México nos últimos 6 anos, o artista critica a grande indústria da morte e o sofrimento para os quais não há rejeição cultural.
“Armas continuam a ser descritas como algo sexy, tanto em Hollywood quanto em videogames. Hoje, pode haver atores que não fumam mais em cena, mas ainda não existe um sequer que rejeite o papel de um herói no gatilho”, conclui.
Surpreendentemente, este não é o primeiro projeto de reutilização de armas envolvendo artistas plásticos.
Em 2008 nada menos que 1 mil 527 armas foram recicladas pelo próprio Reyes como pás para plantar o mesmo número de árvores, como parte do projeto de Palas por Pistolas. Se você gostou desta série deve também verificar o trabalho de Al Farrow.
Visto no Colossal