Motoristas desrespeitam campanhas e misturam álcool com direção
Apesar das campanhas do governo contra o consumo de álcool no trânsito, ainda é alto o número de pessoas que dirigem embriagadas. A conclusão é de uma pesquisa divulgada pela Secretaria Nacional Antidrogas (Senad).
O estudo também revela que as ações repressivas contra esse tipo de crime, como o teste do bafômetro, atingiram um baixo percentual de condutores.
“Apesar de 85% dos indivíduos entrevistados admitirem ter bebido e dirigido nos últimos 12 meses, apenas 9,2% disseram ter sido parados alguma vez na vida para fazer o teste do bafômetro”, diz a pesquisa que entrevistou 3,5 mil motoristas sobre o assunto.
O levantamento, intitulado Estudo do Impacto do Uso de Bebidas Alcoólicas e outras Substâncias Psicoativas no Trânsito Brasileiro, ouviu 8 mil pessoas entre os motoristas de carro, moto, caminhão e de ônibus, além de vítimas de acidentes de trânsito e não condutores de veículos entre 2008 e 2009 nas rodovias federais que cortam as capitais brasileiras.
A pesquisa mais detalhada concentrou-se em Porto Alegre. Na capital gaúcha, os pesquisadores também entrevistaram os motoboys, e o resultado foi preocupante: 75% afirmaram fazer uso de álcool, ou cocaína, ou maconha ou têm transtornos de humor ou de conduta.
O comportamento de consumo de álcool foi outro dado revelado pela pesquisa. Ele é diferenciado entre os motoristas profissionais e os particulares. Os condutores de ônibus e caminhões evitam o consumo de álcool no dia que vão dirigir em proporção maior do que os motoristas amadores.
Os números mostram ainda que 32% das pessoas que morreram ao volante em Porto Alegre no período da pesquisa tinham presença de álcool no sangue. A maioria delas, 71%, era de homens.
Com base nos números obtidos em Porto Alegre, o pesquisador da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Flávio Pechansky, estima que a metade dos custos dos acidentes de trânsito está associada àqueles envolvendo o uso de álcool. “Em Porto Alegre, os custos anuais com acidentes de trânsito são de R$ 66 milhões, e percebemos que a metade dos custos dos acidentes é relacionada ao álcool”, disse.
Saiu na Agência Brasil