O BBB que penetra em nossas casas, tevês e mentes passivas
Do blog A Cachaça da Happy Hour (publicado em 03/03/2010)
92 MILHÕES: BIG BANDO DE BOBOS
Por Regina Azevedo *
Realmente, como fenômeno de comunicação de massa, não há como negar a penetração do programa BBB na vida de milhões de brasileiros.
Penetração. Considero esta a palavra mais adequada. Não somos nós que invadimos a casa, eles é que invadem a nossa, esfregando seus corpos, caras e bocas nas nossas telinhas. A maioria das vezes aos berros, mostrando toda sorte (ou azar?) de grosserias e falta de educação.
Estupro intelectual? Nada disso: penetração consensual, à medida que escolhemos qual botão apertar para trazer um pouco de “realidade” para dentro de nossas vidas, num escapismo aos nossos problemas tão duramente reais… É certo que o show de horrores não pode ser de todo previsto, pois ali impera o obsceno, aquilo que foge à cena e nos vai sendo atirado na cara. Então nos dizemos aviltados, escandalizados com tanta baixaria.
Marshall McLuhan afirmava ser o meio a própria mensagem; acredito nele, pois basta a televisão estar ali, mesmo desligada, para comunicar muita coisa. Desde os anos 80, pessoas “chiques” passaram a descartá-la da sala de estar, pois julgavam ser aquele um recinto de convívio, de sociabilização, não havendo lugar para o até então moderno aparelho.
Já Nelson Rodrigues dizia que “dinheiro compra tudo, até amor verdadeiro”. A contar por edições anteriores, amor de Big Brother é como romance de férias no litoral: não sobe a serra, não prospera, principalmente se um dos efêmeros pares que ali se formam se tornar o vencedor da contenda. No jogo impera a lógica do “eu se fiz sozinho” (sic): embora a grana seja muita, por que dividi-la com seu “amor”?
A velha fórmula de manipulação da Roma Antiga, pão e circo, continua funcionando muito bem em tempos de TV digital. A considerar os altíssimos índices de votação, é disso que o povo gosta. Dados sobre o faturamento da arrecadação via torpedos não são revelados; mas se o prêmio aumentou 50% da última edição para a atual, mesmo sem ser economista, é possível imaginar o elevado número de zeros que compõem a cifra.
Uma expressão popular do fenômeno pode ser vista no blog A Voz do Cordel, de Antonio Carlos de Oliveira Barreto. Um banho retórico no discursinho poético-patético de Pedro Bial, vale a leitura.
Então é isso, continue dando aquela espiadinha. E, se possível, votando. Depois de dois meses, findo o programa, de qualquer jeito você vai ter que voltar para sua própria vidinha e enfrentar a dura realidade. Talvez um pouco mais pobre, no bolso e na mente…
* Regina Azevedo é jornalista e Mestre em Ciências da Comunicação pela ECA-USP, escritora, editora da OP Livros, professora nas áreas de Comunicação Interpessoal e Empresarial e Motivação junto ao PECE – Programa de Educação Continuada em Engenharia da POLI-USP e doutoranda na área de Psicologia Organizacional no IP-USP.
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Penetração, muito adequada e bem colocada esta palavra.
Não é de hoje que a Rede Globo vem ‘trabalhado’ incansavelmente para acabar com os poucos valores de nossa cultura tupiniquim. O que podemos ver no BBB é uma apologia ao homossexualismo e a ‘malandragem’. Faz tempo que é sabido que grande parte desses “mentores Intelectuais globais” é homossexual ou bi-sexual e lutavam desesperadamente pelo beijo gay na ‘telinha’. Pronto! Agora a porta está aberta para a desordem total da família. O que se vê nas novelas do globo não é diferente. É uma crônica da degradação humana. Todo mundo traindo todo mundo, roubar e ser desonesto também é legal, o crime é sucesso…
O que se pode esperar do futuro dos jovens que não tem acesso a uma educação de qualidade, mas que em suas casas a TV é vista como um artigo de primeira necessidade?
Quanto ao Pseudo intelectual Pedro Bial… Sem comentários!
Penetração? Ai, doeu!!!
Pior que é isso mesmo, a Regina tá certa: NÓS é que permitimos essa inversão de valores. NÓS é que aceitamos isso passivamente como uma coisa normal.
Não é gente!!! O programa é uma perversão completa do que um canal de TV deveria oferecer como fator de crescimento da coletividade.
Sem essa que o padrão deve ser esse. Tô fora disso. Pode haver muito bem diversão, humor, entretenimento, piada, seja o que for, sem ter que apelar prum troço tão baixo nível.
Pelo que entendi da autora, com todas as letras, “penetração consensual” significa, sei lá, “levar ferro”, “sentar na boneca”, seja em que posição for. Na marra, física ou intelectualmente.
E tem gente que ainda relaxa, rebola e gosta… enquanto o Bial fica babando de prazer.
Nossa, você pegou pesado com essa ilustração, hein… mas posso dizer?
É como quase sempre me sinto, uma PRIVADA, quando sintonizo nos “programas” da Globo. É como estivessem sempre “borrando” em cima de mim.
Por isso que eu não assisto… pra não ter que me enfiar na descarga…
Sem comentários.