O beijo na boca no poema de amor da progressão continuada
DO AMADOR À AMANTE
PROGRESSÃO CONTINUADA
Beije minha boca,
mas não como quem
quer me ensinar a beijar.
Eu não sei beijar,
e não tenho mais tempo de saber,
de entender
a técnica, o engenho e precisão.
Beijo por intuição, por pretensão.
Beije-me por caridade, por compaixão,
por amor à profissão.
De amador à amante
de diletante à entusiasta,
por amor à arte,
tua saliva é dádiva, doação,
benção, resgate,
alforria, redenção.
Beijo por beijar,
beijo por prazer, por não ter o que fazer.
Não sei beijar, mas gostaria de aprender.
Seja minha mestra.
Você que sabe as práticas de ensino
Beije-me como eu homem, ainda que eu menino.
Beije-me não como quem me carrega pela mão,
Beije-me como quem me ensina o caminho.
Faça da minha pouca paciência sua técnica de indução,
de motivação,
e da minha sofreguidão,
tua didática,
tua prática de educação.
Outros versos da poeta em http://www.advivo.com.br/blogs/mathilde-dantanho