O corte das bananeiras na prevenção de quedas de barreiras
Do blog ECOnsciência
O frágil centro histórico de Petrópolis, a Cidade Imperial, escapou por pouco da tragédia que arrasou Teresópolis e Nova Friburgo, entre outros municípios vizinhos da Região Serrana do Rio de Janeiro. Apenas a fralda do distrito de Itaipava foi atingida pela enxurrada que arrasou o Vale do Cuiabá.
Todavia, duas semanas antes, uma chuvarada de final de tarde calorento pareceu vaticinar que o pior poderia estar a caminho: um temporal de pouco menos de uma hora atingiu algumas montanhas dos bairros Bingen e Mosela — próximos ao centro –, provocando o transbordamento do Rio Piabanha, que inundou casas e comércio da região, além de provocar um nó gigantesco no trânsito em toda a cidade.
Bananeiras: vilãs nos desmoronamentos de terra
No dia seguinte era possível identificar nesses bairros cerca de 200 pequenos e médios deslizamentos de terra — que não chegaram a provocar vítimas fatais, apenas prejuízos materiais. Mas o que mais chamava a atenção para qualquer observador era que, em praticamente todas estas quedas de barreiras, havia a predominância de enormes socas de bananeiras entre a vegetação misturada à lama e pedregulhos.
A espécie, que nem é natural da mata atlântica, se espalhou feito praga pela área urbana a tal ponto, por exemplo, que ninguém mais se refere à rua Álvaro Lopes de Castro, no início da Mosela, pelo nome, mas como “quarteirão das bananeiras”.
O que se conclui é que a presença desses aglomerados vegetais representa um risco permanente para as íngremes encostas de Petrópolis. O que não justifica, portanto, o seu cultivo e manutenção nas áreas de risco devido ao enorme peso dos troncos e rara capacidade para reter umidade e infiltrar água no subsolo ou provocar a sua erosão. Daí a necessidade de seu corte e, se possível, eliminação.
A Defesa Civil deveria exigir uma ação imediata de proprietários de terrenos em encostas ou se encarregar ela própria desse trabalho, conforme ensina em suas cartilhas válidas para todo o território nacional. Trata-se, é verdade, de uma pequena atitude num universo amplo e complexo de ações preventivas. Porém, se está na cartilha é para ser aplicada.
13 recomendações que dão sorte para evitar deslizamentos de terra
. Não destrua a vegetação das encostas;
. Você pode consertar vazamentos o mais rápido possível e não deixar a água escorrendo pelo chão. O ideal é construir canaletas.
. Junte o lixo em depósitos para o dia da coleta e não deixá-lo entulhado no morro.
. Não amontoe sujeira e lixo em lugares inclinados porque eles entopem a saída de água e desestabilizam os terrenos provocando deslizamentos.
. Não jogue lixo em vias públicas ou barreiras, pois ele aumenta o peso e o perigo de deslizamento. Jogue o lixo e entulho em latas ou cestos apropriados.
. Não dificulte o caminho das águas de chuva com lixo por exemplo.
. As barreiras em morros devem ser protegidas por drenagem de calhas e canaletas para escoamento da água da chuva;
. Não faça cortes nos terrenos de encostas sem licença da Prefeitura, para evitar o agravamento da declividade.
. Solicite a Defesa Civil, em caso de morros e encostas, a colocação de lonas plásticas nas barreiras.
. As barreiras devem ser protegidas com vegetação que tenham raízes compridas, gramas e capins que sustentam mais a terra.
. Em morros e encostas, não plante bananeiras e outras plantas de raízes curtas, porque as raízes dessas árvores não fixam o solo e aumentam os riscos de deslizamentos;
. Pode-se plantar para que a terra não seja carregada pela água da chuva. Perto das casas: pequenas fruteiras, plantas medicinais e de jardim, tais como: goiaba, pitanga, carambola, laranja, limão, pinha, acerola, urucum, jasmim, rosa, pata-de-vaca, hortelã, cidreira, boldo e capim santo. Nas encostas pode-se plantar: capim braquiária, capim gordura, capim-de-burro, capim sândalo, capim gengibre, grama germuda, capim chorão, grama pé-de-galinha, grama forquilha e grama batatais. A vegetação irá proteger as encostas.
. Em morros e encostas não plante mamão, fruta-pão, jambo, coco, banana, jaca e árvores grandes, pois acumulam água no solo e provocam quedas de barreiras.
Informações detalhadas no site da Defesa Civil.
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