O golpe de marketing do vinho chileno curtido no ‘meteorito’
VINAGRE PEGA-TROUXA
Claro que a jogada comercial não é para ser levada a sério, serve apenas como caso de estudo para os aficcionados por marketing. Acontece que em tempos apocalípticos de profecias maias e outras ameaças vindas do espaço, vale tudo na hora de bebemorar a “grande despedida”.
Então, ao sabor deste momento de catarse coletiva, um enólogo britânico apaixonado por astronomia criou, no Chile, uma variedade única de vinho, o Cabernet Sauvignon Meteorito, uma bebida que, segundo seu sagaz inventor, traz para a Terra o mais autêntico “sabor do Universo”.
Para dar um diferencial ao vinho que já produzia na pequena adega que possui no povoado de San Vicente de Tagua Tagua — 120 km ao sul de Santiago — e unir duas de suas maiores paixões, a astronomia e a enologia, o empresário Ian Hutcheon tentou uma mistura nunca antes explorada.
Um dia qualquer, escolheu um vinho elaborado com uvas da cepa cabernet sauvignon e introduziu no barril uma pedra que seria um meteorito milenar, deixando-o maturar por 12 meses.
O resultado da experiência teria sido surpreendente. Diz o espertalhão que o meteorito “mudou de cor e potencializou o sabor do vinho”.
“Percebemos que, além de mudar um pouco a cor, o vinho também mudou, os sabores se ressaltaram. Foi uma grata surpresa”, declarou o dono da adega Tremonte, onde desenvolveu o vinho, e de um pequeno observatório astronômico para turistas.
“Eu não queria mudar o sabor do vinho, só queria encontrar uma forma mais simbólica de unir astronomia e a enologia”, acrescentou.
O meteorito ele ganhou de um amigo que coleciona estes corpos celestes e doou um encontrado no deserto do Atacama, no norte do Chile.
A pedra, de cor preta e muito mais pesada do que uma rocha de seu tamanho, “se formou com o nascimento do Sistema Solar, orbitou no cinturão de asteróides, entre Marte e Júpiter, e caiu na Terra”, contou Hutcheon.
Por enquanto, não há estudos que sustentem a mudança física produzida no vinho, mas a bebida tem agradado aos turistas mais sugestionáveis.
O resultado despertou também a curiosidade dos cientistas de Estados Unidos e México, que pediram amostras do vinho para analisar as reações químicas produzidas pelo meteorito, que Hutcheon sustenta com delicadas pinças e guarda cuidadosamente em uma maleta preta.
A primeira versão do ‘Cabernet sauvignon meteorito’ foi elaborada com uma safra de 2010 e alcançou a produção de 15.000 garrafas. Hoje, Hutcheon diz ter encomendas de Espanha, Inglaterra, Canadá, República Tcheca e Irlanda.
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