Os homens não têm defesa contra George Clooney, só a calúnia
GEORGE CLOONEY CINQUENTÃO
George Clooney fez 50 anos de idade no último dia 6 de maio e o Estadão reeditou em sua primeira página um antigo texto do Luis Fernando Veríssimo, impagável e escrito naquele estilo ‘passe adiante’ de tantos outros autores, erroneamente atribuídos ao cronista gaúcho:
O verdadeiro George Clooney
Longe de mim querer difamar alguém, mas acho que no caso do George Clooney o que está em jogo é a autoestima da nossa espécie, os homens que não são George Clooney. Todas as nossas qualidades e todos os nossos atributos, físicos e intelectuais, desaparecem na comparação com o George Clooney.
As mulheres não escondem sua adoração pelo George Clooney. O próprio George Clooney nada faz para diminuir a idolatria e nos dar uma chance. Fica cada vez mais adorável, cada vez mais George Clooney. E se aproxima da perfeição.
É bonito. É charmoso. É rico. É bom ator. Faz bons filmes. Está envolvido com as melhores causas. E que dentes!
Não temos defesa contra esse massacre. Só nos resta a calúnia.
Os dentes são falsos. Ali onde elas veem pomos da face irresistíveis e um queixo decidido, há, obviamente, botox. Ele tem pernas finas e desvio no septo.
É solteiro, portanto, claro, gay.
Tem casa num dos lagos italianos, o que já é suspeito, e dizem que anda pelos seus chãos de mármore depois do banho de espuma vestindo um longo caftã bordado e sendo borrifado com perfumes florais pelo seu amante filipino Tongo, enquanto seu amante italiano, Rocco, prepara a salada de rúcula completamente nu.
George Clooney bate na mãe todas as quintas-feiras.
É extremamente burro. Só leu um livro até hoje e não lembra se foi O Pequeno Príncipe ou O Grande Gatsby.
Nos filmes em que faz personagens mais reflexivos, contratam um dublê para as cenas dele pensando. Foi ele que propôs a demolição da Torre Eiffel porque já era mais que evidente que não encontrariam petróleo no local.
E sua sovinice é lendária. Levou nadadeiras quando visitou Veneza, para não gastar com táxi.
É notório, em Hollywood, o mau hálito do George Clooney. Quando ele fala em algum evento público, as primeiras três fileiras do auditório sempre ficam vazias. Atrizes obrigadas a trabalhar com ele têm direito a um adicional por insalubridade, em dobro se houver cenas de beijo.
Outra coisa: a asa. Não adiantam as imersões em espuma na sua banheira em forma de cisne, nem os perfumes florais borrifados, o cheiro persiste. Sabem que George Clooney e suas exilas se aproximam a metros de distância, e muita gente aproveita o aviso para fugir.
Além de tudo, tem seborreia e é Republicano.
Passe adiante.
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