Receita de biscoitos de rapadura com o sabor mineiro
A busca pelos sabores da Zona da Mata de Minas Gerais, leva a um cenário de diversidades e de influências de várias partes do mundo. A mais forte, certamente, vem da Alemanha, pois, há 150 anos, chegavam os primeiros colonos alemães a Juiz de Fora. A cultura de centenas de famílias é manifestada, principalmente, na culinária, como mostra a receita do biscoitinho de rapadura adaptada aos trópicos.
O biscoito feito por Vaneida Santos é uma receita do país europeu, que ganhou ajustes em Minas Gerais, como explica a quitandeira. “Lá, ele é fabricado com o açúcar mascavo no lugar da rapadura.” Para ela, o biscoitinho mineiro ficou mais saboroso que o original. “O daqui fica mais crocante”, conta.
Vaneida aprendeu a fazer o quitute com uma prima e as duas vendem as delícias, todos os sábados, na feira do Bairro São Mateus, em Juiz de Fora, onde fazem o maior sucesso.
Ao todo, são 150 tipos de biscoito inspirados em datas comemorativas, como Natal, Páscoa, casamentos, nascimentos e batizados.
De tão delicado e bonito, decorado com glacê, há quem pense até mesmo que não é para comer. “Já me perguntaram se é de madeira, para enfeitar”, confessa Vaneida, toda envaidecida.
Em meio a tantas variedades e ao doce aroma exalado pela iguaria, fica impossível não ceder à tentação, o que, nesse caso, é totalmente perdoável. A receitinha é bastante simples e muito fácil de fazer. Mãos à obra, portanto:
BISCOITO DE RAPADURA
Ingredientes:
• 230 g de rapadura
• 400 g de farinha de trigo
• 170 g de manteiga
• 35 ml de água
• 2 colheres (café) de canela
• 1 colher (café) de cravo moído
• 1 colher (café) de noz-moscada
Como fazer:
Levar ao fogo a rapadura e a água. Quando a rapadura estiver derretida, retirar a panela do fogo e acrescentar a manteiga, a canela, o cravo e a noz-moscada. Misturar bem e pôr, aos poucos, a farinha de trigo, mexendo até formar uma massa homogênea. Deixar essa massa descansar por quatro horas. Após esse tempo, abrir a massa com um rolo até ficar bem fina e cortá-la com forminhas de sua preferência. Levar para assar em um tabuleiro, por 15 minutos, em forno baixo e pré-aquecido.
Remix de Sabores de Minas
ATUALIZAÇÃO EM 27/12/2010: A nossa amiga internauta, Amália (veja abaixo nos comentários), chamou a atenção para um ponto super importante: a receita acima só dá certo caso você abra a massa bem fininha. Do contrário, haja dentadura afiada para roer os biscoitos! (rsrs)
De fato, é tudo uma questão de gosto e tradição. Porém, para que eles fiquem mais macios e crocantes, a ponto de não causar incômodo na hora da mastigação, o ideal é adicionar uma colher de sopa – rasa! – de pó Royal, sal amoníaco ou bicarbonato. Tranquilo, qualquer uma das três opções dá certo.
Outra alternativa que também funciona bem é acrescentar à massa uma colher de sobremesa de fermento + uma colherinha de café de bicarbonato. Se exagerar na dose a única coisa que pode acontecer, imagino, é que depois de assada a massa vai crescer tanto que ainda acaba parecendo com pão-de-mel.
Se alguém tiver alguma nova dica, ela será bem-vinda, como foi a da querida Amália.
Olá! lindos seus biscoitos. Gostei de saber da adaptação com rapadura. Minha mãe é mineira, de Guaxupé, vou tentar fazer os biscoitos para presenteá-la. Mas queria saber uma coisa: será que você esqueceu, ou realmente não vai fermento nem bicarbonato ? Sendo assim, eles são mais durinhos então? Obrigada. Sucesso!
Amália
Amália, querida, veja a atualização do post que acabo de fazer, motivada por sua dúvida. Você tem inteira razão no questionamento e, de coração, agradeço pelo interesse e por possibilitar que a tradicional receita fique bem mais aprimorada. De fato, eu tinha deixado escapar esse “detalhe” tão importante. Beijos.