Sucesso do Facebook é criar a ilusão de que somos importantes
VÍCIO QUE ENGANA O CÉREBRO
Talvez nossos cérebros não sejam tão inteligentes quanto imagina a nossa vã filosofia. Enquanto navegamos pelo feed de notícias no Facebook, nossos miolos podem se enganar e achar que estamos fazendo algo incrivelmente criativo e produtivo para melhorar nossas vidas. Doce e inocente ilusão!
Cientistas em Milão (Itália) e no MIT (EUA) mataram esta charada, após examinar o estado psicológico de 30 pessoas enquanto elas usavam o Facebook, comparados a atividades relaxantes (como observar panoramas da natureza) e atividades de concentração (como resolver questões de matemática).
Eles mediram respostas físicas e psicológicas incluindo taxa de respiração, ativação do cérebro e dilatação das pupilas, e descobriu-se que só enquanto usavam o Facebook – não olhando fotos ou fazendo cálculos – as pessoas eram levadas a um “estado central de fluxo”, ou apenas fluxo.
É quando estamos completamente imersos em uma atividade que proporcione prazer e satisfação, como ao tocar um instrumento ou escrever e sentir que tudo está, bem, fluindo.
Nós já sabemos que o Facebook, assim como as redes sociais em geral, são mais difíceis de se resistir que álcool e cigarros. Então faz sentido que usar o Facebook seja prazeroso.
Mas assim como toda droga viciante, os resultados sugerem que a rede social pode ter um efeito sinistro: o Facebook faz você pensar que está sendo produtivo, mesmo que seu feed esteja repleto de humor e animais mortos.
Talvez por isso seja importante ter em mente o que diz Daniel Gulati, da Harvard Business Review: com o tempo, o Facebook nos deixa mais infelizes. Ele cria um ninho de comparações, fragmenta o nosso tempo, reduz contatos pessoais.
Melhor então tratar de encontrar seus amigos de carne e osso, escrever, criar música, fazer algo que crie um fluxo mental de verdade.
Com Ronaldo Livreiro e imagem no FunPic