Tatuagem em cascos de tartarugas para evitar tráfico e extinção
CARAPAÇAS GRAVADAS
Do blog ECOnsciência
Medidas drásticas para preservar uma das espécies de tartarugas mais raras do mundo, a Astrochelys yniphora, estão sendo tomadas por ambientalistas da Ilha de Madagascar, na África.
O jeito encontrado para tentar reduzir o valor de revenda do animal e seus despojos no mercado negro foi aplicar uma espécie de tatuagem permanente, gravando números nos cascos das tartarugas.
As Tartarugas-de-Madagascar são cada vez mais visadas por traficantes de animais, que vendem os quelônios na Ásia como animais de estimação ou para a indústria de alimentos e de remédios tradicionais.
“A venda destes animais é absolutamente proibida. Acreditamos que haja menos de mil animais adultos na natureza. Achamos que mais de 30 foram roubados só este ano”, diz Richard Lewis, diretor do programa da Durrell Wildlife Conservation Trust em Madagascar, que acaba de completar 25 anos.
O programa já conseguiu que 300 tartarugas nascessem em cativeiro e agora está reintroduzindo os animais à vida selvagem.
As tartarugas são monitoradas por transmissores de rádio que são colocados nos animais e moradores fazem patrulhas para evitar que estranhos frequentem as matas locais. Ainda assim, os especialistas acham que os números gravados nos cascos são uma medida necessária.
“Os números são uma marca permanente que demonstra para o mundo que esse é um animal roubado”, explica Lewis.
“Uma grande parte de mim fica muito triste porque esses são alguns dos animais mais belos do mundo e gravar quatro números no alto do casco não é a melhor coisa que pode acontecer com eles, mas acreditamos que isso funciona como um grande impedimento para os caçadores ilegais.”
Segundo Lewis, o futuro da espécie está seriamente ameaçado no momento.
No Estadão