Terra pode suprir a Humanidade com novo padrão de consumo
JÁ SOMOS 7 BILHÕES. E AGORA?
Do blog ECOnsciência
A Terra vai, sim, conseguir suprir as necessidades de todos nós e nossos descendentes desde que sejam revistos os padrões de consumo mundiais. Por isso, nada de criar alarde sobre a grande massa humana que cobre a Terra porque o problema está em nosso sistema econômico.
DEMOGRAFIA DA SUSTENTABILIDADE
por Juliana Higa Bellini *
Foi anunciado com alarde e terror a presença de 7 bilhões de pessoas na Terra, associada a previsões catastróficas de fome, mudanças climáticas, conflitos etc. Mas muito pouco de ouviu ou se deu ouvidos às análises subjacentes a este número.
Pesquisadores mostraram que a Terra tem plena capacidade de suprir as necessidades alimentares de todos nós e mais um pouco, mantidas as terras agriculturáveis que temos hoje e nas condições atuais.
Portanto, sem a necessidade de expansão agrícola sobre o cerrado ou Amazônia e com o desenvolvimento da agroecologia, que é quem tem produzido o arroz e o feijão que você tem na mesa.
Ademais, a Terra vai sim conseguir suprir as necessidades de todos nós e nossos descendentes desde que sejam revistos os padrões de consumo mundiais.
Por isso, nada de criar alarde sobre a grande massa humana que cobre a Terra porque o problema está em nosso sistema econômico.
Tratar a totalidade dos habitantes da Terra como se fossem os mesmos é privilégio somente dos números, que muitas vezes dizem pouco ou são lidos de forma a deturpar a realidade.
Somos sim 7 bilhões de habitantes, diferenciados por sexo, idade, tamanho, cor, cultura, religião e principalmente por níveis de renda e, consequentemente, consumo.
É George Martine, doutor em ecologia e demografia, quem faz essa leitura. Ele entende que devemos desenvolver a demografia da sustentabilidade, que qualifica os habitantes/consumidores, e não contar pessoas equivalentes ou intercambiáveis, posto que não somos nem um e nem outro.
Mais uma vez se discute a sociedade do consumo, que nada mais é que o sucesso do sistema capitalista que se reinventa ordinariamente todos os dias para suprir nossos desejos, criados por eles e não por nós, e portanto, não sendo desejos reais.
Assim, o número de consumidores aumenta mais do que o número de pessoas e o que nós mais queremos e lutamos todos os dias não é sermos iguais, mas podermos desfrutar plenamente da sociedade de consumo e nos diferenciarmos dos outros por aquilo que temos.
Para Bauman, as revoltas na Inglaterra em meados de agosto de 2011, principalmente em Londres, revelam nada mais do que a necessidade que aqueles jovens têm em serem incluídos, em poderem consumir. Descapitalizados sofrem diariamente com a ditadura dos objetos, sabendo também que o movimento todo esteve ausente de qualquer discurso ou ideologia de mudança, revolucionária, radical.
Posto assim, a resposta não está no desenvolvimento de uma economia verde, que através da tecnologia pensa reduzir o uso de recursos naturais e diminuir o desperdício ou reduzir o crescimento populacional.
Da mesma forma como insistem em querer 2,5 filhos por mulher no Brasil como taxa ideal de crescimento e controlando o número de nascimentos no terceiro mundo, onerando mais uma vez esta parte do globo com o ônus produzido e consumido somente pelo primeiro mundo.
Até porque este tipo de controle engana, visto que famílias menores consomem mais per capita.
Olhe ao seu redor. Para onde aponta a resposta?
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* Juliana Higa Bellini é Geógrafa pela USP, tendo trabalhado como coordenadora cartográfica em políticas públicas educacionais, educadora ambiental pela Secretaria do Verde e Meio Ambiente de São Paulo. Atualmente é educadora de escola democrática e trabalha com turismo no sul da Bahia. Publicado originalmente no blog que edita Na Beirada.
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Marcos,
Obrigada pela atenção em visitar meu blog, pela divulgação e principalmente pelo interesse em construirmos juntos!
É difícil encontrar pessoas assim, quando a maioria mantém a alteridade na ponta da língua e a individualidade em todos os atos.
Abraços!
Fique à vontade, Juliana, e sinta-se em casa!
Eu não conhecia a definição de ‘alteridade’ mas agora vejo que nós sempre procuramos aqui experienciá-la no nosso dia-a-dia, apesar de vivermos num mundo onde o ‘ter’ suplanta na maioria das vezes o ‘ser’.
Deixo de presente para você e os leitores um belo texto do Frei Betto no link abaixo:
http://www.freibetto.org/index.php/artigos/72-alteridade
Foi bom encontrar uma pessoa como você.
Abração!
Marcos