Terremoto muda a posição do Japão e o eixo do planeta Terra
Do blog ECOnsciência
A costa do Japão pode ter se movido cerca de quatro metros para leste após o terremoto de magnitude 8,9 que atingiu o país na última sexta-feira.
O abalo provavelmente mudou o equilíbrio do planeta, movendo a Terra em relação a seu eixo em cerca de 16,5 cm.
Também aumentou a velocidade da rotação da Terra, diminuindo a duração dos dias em cerca de 1,8 milionésimos de segundo.
Dados da rede japanesa Geonet – recolhidos de cerca de 1,2 mil estações de monitoramento por satélite – sugerem que houve um deslocamento em grande escala após o terremoto.
Roger Musson, da agência geológica britânica (BGS, na sigla em inglês), disse que o movimento ocorrido após o terremoto era “compatível com o que acontece quando há um terremoto desse porte”.
A agência meteorológica do Japão propôs aumentar a magnitude do terremoto para 9. Isso faria do tremor o quinto maior da história desde que tremores começaram a ser registrados.
Brian Baptie, também da BGS, explicou que o tremor ocorreu na zona de subducção, como é chamada a região onde duas placas tectônicas se unem – no caso do Japão, a Placa do Pacífico a leste, e outra placa a oeste, que muitos geólogos acreditam ser uma continuação da Placa Norteamericana.
A Placa do Pacífico está se movendo para oeste sob o Japão. E, à medida que isso acontece, arrasta com ela a Placa Norteamericana para baixo e para oeste.
Quando o terremoto ocorreu, a placa que estava por cima deu uma guinada para cima e para leste, liberando a energia acumulada enquanto as duas placas estavam em atrito. Isso mexeu com o leito do oceano, deslocando uma enorme quantidade de água – o que levou ao tsunami.
Ken Hudnut, um geofísico da agência de geologia dos EUA, em Pasadena, na Califórnia, disse que informações que dependem de dados de GPS como mapas, navegadores por satélite usados em carros e registros de propriedade terão que ser mudados no Japão após o terremoto.
“A rede japonesa que define limites de propriedades foi mudada”, disse ele. “Cartas náuticas terão que ser revisadas por conta da mudança da profundidade da água”, afirmou.
Informação obtida aqui. A ilustração que abre o post é uma charge remixada de Latuff.
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