Tsunami no Japão chega a altura de prédio com 14 andares
O ponto máximo do tsunami que atingiu a costa nordeste do Japão, em 11 de março, chegou à altura de um prédio de 14 andares. Foram, portanto, ondas de mais de 37 metros, segundo cálculos do Instituto de Pesquisas Sismológicas da Universidade de Tóquio.
Trata-se da segunda maior onda gigante a chegar ao país na história recente japonesa, perdendo apenas para a que passou de 38 metros, há 115 anos. Foi menor, também, do que o tsunami que atingiu vários países da Ásia em 2004, que chegou a quase 50 metros.
PRECEDENTE MILENAR
Até onde se sabe, na história do Japão houve um precedente para o terremoto de agora, mas isso aconteceu há mais de mil anos.
Um texto conhecido como Nihon Sandai Jitsuoku, ou “A Verdadeira História dos Três Reinos do Japão”, descreve um terremoto ocorrido em julho de 869 d.C.
O sismo foi seguido de um tsunami que inundou as planícies do nordeste do país. O mar logo correu para dentro das aldeias e vilas, devastando centenas de quilômetros de terra ao longo da costa. Não sobrou muito tempo para escapar, embora existissem barcos e terreno elevado à frente. Cerca de mil pessoas morreram.
As planícies eram as mesmas que ficaram submersas este mês. A análise de sedimentos deixados pelo tsunami de 869 concluiu que o terremoto teve uma magnitude aproximada de 8,3.
O MAIOR TSUNAMI DE TODOS
Evento geológico colossal mesmo e difícil de imaginar foi o que atingiu o Alaska no dia 9 de julho de 1958 — nem faz tanto tempo assim.
Um grande terremoto de 8,5 na escala Richter sacudiu a região da Baía de Lituya (na imagem acima). Por sorte, a área não era habitada.
Uma grande massa de rocha com volume estimado de 30 milhões de metros cúbicos se desprendeu de uma altura de 900 metros de uma montanha, mergulhando na profunda baía.
O gigantesco e súbito deslocamento de água produziu instantaneamente uma onda descomunal.
Poucos segundos depois, parte da onda chegou à margem oposta ao deslizamento e quebrou 1.350 metros adiante, subindo uma outra montanha e derrubando milhões de árvores que se encontravam nas encostas.
O restante da onda seguiu adiante e arrasou com a baía de Lituya lambendo a vegetação até 200 metros acima.
A massa d’água atingiu inacreditáveis 524 metros — mais de meio quilômetro! — de altura e passaria por cima, por exemplo, dos 102 andares do arranha-céu novaiorquino Empire State, nos EUA.
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