TV Globo tenta se salvar com medo da nova classe média
DA MESMA NATUREZA QUE O ESCORPIÃO
A Rede Globo de Televisão precisou chegar ao fundo do poço da audiência para decidir modificar a sua grade de programação. As mudanças afetam as áreas de novelas, os programas de humor e o jornalismo. E objetivam deixar a programação mais popular já que será direcionada para um novo e poderoso público-alvo: a emergente classe C, cheia de bala na agulha para consumir.
Tecnicamente falida, devendo a torto e a direito, a empresa toma a decisão no embalo do sólido crescimento econômico do País e das projeções otimistas para os próximos anos que ela própria tanto fez questão de esconder durante os últimos 8 anos.
Agora, tentará seduzir a nova classe média.
Mas ninguém se iluda: até derreter por completo lá adiante a Globo vai apelar para a tática do medo a fim de tentar desestabilizar o atual governo.
Isto fica muito claro nas alegações do diretor geral da Rede Globo, Octávio Florisbal, numa inacreditável entrevista para o portal UOL.
“Houve uma mudança de comportamento e de valores para estas pessoas. Acabamos de fazer uma pesquisa muito interessante de classe C que mostra isso. Há aquelas pessoas que migraram da classe D para a classe C e estão vivenciando um novo momento. Estão muito felizes, mas têm muito receio de voltar, de perder o que conquistaram.”
Medo — bingo! –, a palavra-chave. Florisbal não poderia ser mais explícito.
Talvez isto explique o furor com que os arautos das más notícias tenham se lançado como urubus sobre a carniça ao assombrar da manhã até a noite o ressabiado telespectador com notícias sobre uma suposta volta da inflação.
Que todos sabem não estar ocorrendo no ritmo anunciado pela Miriam Leitão, Carlos Alberto Sardenberg e outros “especialistas” pagos a peso de ouro para repetir o script.
Para quem não sofre de memória curta o ataque atual lembra bastante a tsunâmica crise econômica do final de 2009 que, afinal, mostrou não passar de marolinha mesmo, conforme precisa definição de Lula à época.
Ou o terrorismo midiático com os tais apagões e caos aéreos, dos aeroportos, da energia elétrica e etc que só a velha mídia, capitaneada pela vênus platinada, foi e é capaz de detectar em alguma outra dimensão diferente da nossa realidade quântica.
De todas as formas, o fato é que a Globo precisa tentar alguma coisa nova, concreta, após ter completado 46 anos de existência com a pior média na audiência desde a sua fundação.
E para tanto, a porta-voz da elites irá agarrar-se como parasita no couro do povão, sua derradeira tábua de salvação.
Diante disso, é importante relembrar a antiga fábula africana antes que algum incauto se encante pela nova aventura a ser estrelada por vilões cheios de lábia nas bancadas dos telejornais, sob a direção de Ali Kamel, talvez a personagem com a peçonha e o caráter mais perigosos neste novo enredo global:
O SAPO E O ESCORPIÃO
Certa vez, um escorpião aproximou-se de um sapo que estava na beira de um rio.
O escorpião vinha fazer um pedido:
— Sapinho, você poderia me carregar até a outra margem deste rio tão largo?
O sapo respondeu:
— Só se eu fosse tolo! Você vai me picar, eu vou ficar paralisado e vou afundar.
Disse o escorpião:
— Isso é ridículo! Se eu o picasse, ambos afundaríamos.
Confiando na lógica do escorpião, o sapo concordou e levou o escorpião nas costas, enquanto nadava para atravessar o rio.
No meio do rio, o escorpião cravou o seu ferrão no sapo.
Atingido pelo veneno, e já começando a afundar, o sapo voltou-se para o escorpião e perguntou:
— Por quê? Por quê?
E o escorpião respondeu:
— Por que sou um escorpião e essa é a minha natureza.
* Com charge do Bessinha e caricaturas do Netto, no fundamental JenipapoNews
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