Ufologia e avistamentos de OVNIs em conversas de botequim
PARA VER ALGO TEM QUE OLHAR PARA CIMA
O tema ufologia e avistamentos de discos voadores rolava numa animada rodinha de bar. Até que um dos presentes – a reação costuma ser por medo – tentou jogar água no chope e encerrar o assunto.
Após desqualificar e negar todas as evidências, o sujeito questionou como era possível que eu tivesse passado por tantas, inúmeras, incontáveis experiências com objetos voadores não identificados.
Claro, sob a alegação de que ele nunca havia presenciado nada, nem de longe ou de perto, parecido.
Pausa, para situar, com o perfil do São Tomé de araque: carioca da Zona Sul, morador de apartamento em andar térreo da rua Paissandú, no Flamengo; contador em escritório próprio no Centro da cidade.
Um tremendo mauricinho ultraconservador – coxinha, portanto, como se diz agora – daqueles que usam roupa de marca, relógio dourado e circulam em reluzentes carrões de plástico, pretos e de último tipo.
Diversões preferidas, frequentar choperias, festas badaladas e shopping centers. Viagens, no Carnaval para Salvador e, de férias, para a Disneylândia – a fim de encher as malas com os gadgets de Miami.
Enfim, retomando o fio da meada, pedi que me examinasse: largado, camiseta, jeans detonado e botas trekking, sem qualquer acessório – como relógio ou celular – e dono de veículo off-road conversível.
Quer dizer, com sentido apurado de tempo e orientação espacial através do Sol e das estrelas, por dirigir “fora de estrada”, e porque moro (e sempre morei) em casas com terreno e 180º de amplitude de céu.
Informei também que minha primeira viagem internacional foi uma aventura pela cordilheira dos Andes e que meu trabalho consistia, em parte, na implantação de empresas pelo interior desse país.
E, concluindo, informei que preferia biroscas periféricas a frequentar bares urbanos metidos a besta.
Ora, o cara vive enclausurado, com o nariz enterrado no smartphone, anda de automóvel com teto para ir a locais iluminados, nunca olha para cima e ainda vem duvidar de quem faz exatamente o contrário?
Sabe de nada, inocente…
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