Vício de apostas em jogos de azar também se aprende na escola
PEDAGOGIA EM JOGO
Londres, como se sabe, é considerada a capital mundial da jogatina. Em suas famosas bolsas de apostas não há limites para o azar — arrisca-se desde palpites sobre competições esportivas até outras bizarrices, as mais variadas, como a data em que a rainha vai bater as botas.
Só que agora estourou na imprensa britânica uma polêmica pedagógica com ares de escândalo.
O lobby da indústria dos jogos de azar do Reino Unido aconselhou entidades oficiais que crianças a partir de 12 anos sejam ensinadas, já na escola, a apostar.
Segundo a recomendação, os estudantes devem aprender a jogar em máquinas caça-níqueis, dados e apostar em corridas de cavalos, cães e equipes de esportes.
O argumento nada sutil é que, com isso, as crianças vão melhorar o raciocínio e o desempenho em matemática, por exemplo, aprendendo a calcular as probabilidades das apostas.
Sem a menor desfaçatez, a proposta mafiosa ganhou o apoio do governo conservador.
“Isso é algo que não deve ser deixado ao acaso. Com a ascensão dos jogos de azar online, existe claramente uma necessidade para as crianças e os jovens de serem bem aconselhados”, justificou o secretário de Estado para Colégios do governo britânico, Stephen Twigg.
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e assim caminha a humanidade… na contramao da dignidade, pro fundo do buraco.