CURRÍCULO EM FORMA DE TIMELINE

O Chefe de Redação

Sofia estava desempregada há um ano. Cansada de esperar, investiu na criatividade para bolar um currículo inspirado na timeline, a linha do tempo do Facebook.

O stop motion se transformou num dos vídeos mais vistos nas redes sociais. O feedback ainda não lhe arranjou emprego, mas a esperança é a última que morre.

UMA SACADA GENIAL

Sofia Mesquita é uma portuguesa de 27 anos e, durante o último ano, se desesperou à procura de um emprego. A licenciatura e a frequência no mestrado em Comunicação Estratégica da Universidade Técnica de Lisboa pareciam não chegar.

“Ao fim de algum tempo comecei a ficar desmotivada porque não chegavam respostas e percebi que tinha de escolher outra forma de me sobressair. Fiz algumas entregas de currículos de porta em porta, mas o resultado foi o mesmo”, explica Sofia.

Um dia, teve um lampejo de criatividade que lhe rendeu um currículo em vídeo que já atingiu 50 mil visualizações no Youtube em apenas dez dias. A inspiração partiu daquela que já é uma ferramenta diária para muitos jovens: o Facebook.

“Surgiu-me a ideia de criar um Facebook à mão. Poucos dias depois, comecei a construir tudo na minha cabeça e fui comprar uma cartolina branca. Depois foi só pôr mãos à obra!”, conta.

Foram cerca de três horas por dia, durante duas semanas, só dedicadas às artes, entre o desenho, tesouradas e colagens.

Transpôs a sua própria página do Facebook para o papel, com todos os detalhes pessoais, profissionais, as fotografias, os amigos e até a janela de notificações.

Documentou o processo em fotografias – acabou com 316 imagens – e passou à produção da sequência num stop motion rústico.

O vídeo “demorou dois ou três dias, incluindo a escolha da música”, já que foi tudo levado aos detalhes, para que “não se tornasse aborrecido”, conta.

O objetivo foi cumprido. A divulgação foi feita em várias plataformas e atingiu um nível viral, surpreendendo a própria Sofia.

“Recebi elogios e comentários positivos, sei que houve e ainda há muita gente a partilhar o vídeo, notadamente muitas pessoas que não conheço. O feedback tem sido inacreditável”, desabafa a jovem.

Propostas de emprego, no entanto, não têm sido tão abundantes. “Recebi alguns contatos mas infelizmente ainda não houve nenhuma proposta em concreto”, explica.

Mas Sofia garante: “a esperança é a última que morre”.

Com JPN