A barrigada da mídia na ‘caminhada com os repolhos’ na China
O ETNOCENTRISMO DA IMPRENSA OCIDENTAL
É fato reconhecido que a mídia ocidental – tanto as matrizes nas nações ricas quanto suas satélites terceiro-mundistas – tem o hábito etnocentrista de menosprezar as manifestações culturais dos cidadãos dos países menos desenvolvidos.
Imagine então as distorções cometidas contra a China, país oriental que teve a petulância de quebrar a hegemonia dos EUA, se transformando, já agora, em 2014, na maior potência econômica mundial.
Tudo passa a ser motivo para críticas. Por má vontade, desonestidade intelectual ou pura ignorância, um alvo recente foi a tradicional “caminhada com os repolhos” feita por adolescentes de Pequim.
Os meios de comunicação ocidentais relataram, então, que arrastar esta variedade de couve por uma corrente, como se fosse um dócil cãozinho de estimação, seria parte de uma “nova tendência”.
O prestigiado The Huffington Post foi mais longe na incrível “barrigada” – repercutida por centenas de veículos – a ponto de garantir que os jovens chineses estavam andando com o repolho numa coleira como forma de “combater a solidão”. Algo equivalente a um rolezinho exótico.
A verdade verdadeira, porém, é outra. O passeio com o vegetal pelas ruas da capital chinesa existe desde 2000 e nada mais é que uma performance coletiva organizada anualmente pelo artista Han Bing.
“Eu só tento encorajar a liberdade, fazer com que pessoas questionem a mesmice de suas atividades diárias. Há um nó na cabeça de todo mundo, e eu quero desatar esse nó”, diz o sujeito, que já promoveu eventos semelhantes em Paris, Nova York e outras grandes capitais mundiais.
Mas isso a imprensa trata de esconder. Em seu ranço (também político) é mais importante ridicularizar a agora poderosa China. Como, aliás, costuma fazer com os demais BRICS – Rússia, Índia, Brasil…
Engraçado que países como os EUA, que criaram verdadeiros monstrengos e incentivam a criação de lixo como forma de arte, são incapazes de entender uma manifestação artística original.
A meu ver, ela questiona exatamente o isolamento ao qual cada vez mais o homem moderno se auto impõe através de horas intermináveis de trabalho e conexão com o mundo através de traquitanas eletrônicas que permitem relações interpessoais completamente desumanizadas.
O fenômeno é recente para os chineses e vem criando um choque cultural fortíssimo entre o espírito da modernidade e as muito bem embasadas tradições milenares daquele povo.
O que as chicórias podem responder aos jovens que as puxam pelas correntes? Nada. Nem se queixar se queixam, parecem muito com aqueles cãezinhos eletrônicos com os quais os jovens japoneses se divertem.
Acho bem óbvia a intenção deste tipo de experimento mas, como diz vc, é por má vontade que eles não vêem (ou não publicam) esta abordagem.
Subestimar culturas milenares como as asiáticas e africanas é típico dos idiotas que não enxergam nada além de Hollywood e do besteirol das instalações pós-moderno-existencialistas-niilistas-saídas-de-uma-sessão-de-alucinógenos ou de Warhol e Romero Britto.
E haja cafonice e 171 para vender porcarias em galerias de arte e otários para comprá-las.