A estreia de Patrícia Poeta ao lado de Bonner no Jornal Nacional

Patrícia Poeta e William Bonner no Jornal Nacional

UM JN MAIS AREJADO

Do blog BananaPost

Ouvi uns caras dizendo que, se era pra mudar o telejornal mais brochante da TV brasileira, que fosse pra melhor. A Daniela Albuquerque, por exemplo, levantaria a audiência, nem que fosse a pau. Nada contra a Patricinha Poeta, já que ela pode representar — este o lado bom — a degola de uma das figuras mais sinistras das organizações, o AK, que tem iniciais de arma de fogo para praticar o seu esporte favorito: o assassinato de reputações. Enfim, tem gente achando que a Daniela pegava bem…

OS MASCARADOS

por Marco Aurélio Mello *

O que mais chama a atenção na dança das cadeiras promovida esta semana pela TV Globo no jornalismo é a cara de pau de seus gestores em dizer que tudo foi feito por unanimidade, que não houve choro, nem ranger de dentes.

Vamos por partes. Carlos Schroder diz que tinha ideia de indicar Poeta. Perguntou para Ali Kamel, que cogitava a mesma pessoa e, quando chegou ao Bonner, bingo! Conta outra, vai.

Abigail Costa tem uma frase antológica que atribui à TV, e que serve perfeitamente ao teatro visto na manhã de ontem, durante a entrevista coletiva. Diz a Big: “O mundo é gay, fuma maconha, toma bolinha para emagrecer, antidepressivo para dormir e mente que é feliz”.

Só quem não conhece os intestinos da emissora seria capaz de acreditar nesse conto da carochinha.

Todos eles tiveram que engolir a Poeta, depois que as pesquisas indicaram que ela era a figura mais popular entre todas as candidatas para assumir o posto. Porque se dependesse dos três não seria a Poeta.

Schroder tinha Ana Paula Araújo no topo da lista. Tem carreira no Rio e acaba de receber um Emmy, pela transmissão firme e segura durante a invasão do Complexo do Alemão, no ano passado.

Ali Kamel jamais escolheria a Patrícia, porque foi algoz dela e do marido anos antes.

É só reparar a coluna de TV d’O Globo, quando noticiou a queda de audiência no Fantástico. Quem estampava a foto que ilustrava a notícia? Sim, a Patrícia Poeta. E sabe quem escreve a coluna? Vale a pena investigar.

Portanto, se pudesse escolher sozinho, poder que nunca teve e jamais terá, Ali ficaria facilmente, ou com Renata Vasconcellos, ou com Sandra Annenberg, pelo simples fato demonstrado por ambas, de que aceitam jogar o jogo dele, se o objetivo compensar. Seriam mais “interpretativas”, se é que podemos colocar dessa forma.

Já para William Bonner, pouco importa. Ele é do tipo que não está nem aí para quem está ao seu lado na bancada.

Os puxa-sacos jamais vão dizer isso a ele, preso em seu labirinto, mas nos corredores são de uma honestidade atroz. Todos o consideram egocêntrico, arrogante e autoritário. Mas são tão covardes, que não são capazes de enfrentá-lo, mesmo quando têm razão.

Cansei de ouvir dos chefes. “Deixa pra lá, se o Bonner acha que é assim, o problema é dele”.

Não, o problema não é dele, é de todo o país. Suas convicções distorcem a realidade e forjam um mundo que não existe, a não ser pelas lentes distorcidas do telejornal que comanda.

Também não é para menos. Os poucos que o desafiaram viraram vaga. O último, André Basbaum, não só foi demitido, como humilhado por Bonner.

Portanto, o superintendente Octávio Florisbal, como homem de marketing que é, estava amparado em pesquisas de opinião quando impôs o nome de Patrícia ao comitê.

Afinal, “a voz do povo é a voz de Deus” e Florisbal sabe que, para desmontar a estrutura de poder que foi construída há 20 anos no jornalismo da emissora, tem que ter paciência e método.

Este talvez seja o maior legado que deixará ao país, antes de deixar o cargo, no ano que vem, como já antecipou a todos.

Quem ficará no lugar de Florisbal? Dependendo de quem for, bye bye Schroder, Ali e Bonner.

Resta-nos apenas esperar pacientemente…

No DoLaDoDeLá, com fotomontagem do [In]Commun Séries

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