A incrível carreira do piloto mais lento da história da Fórmula 1
A MALDIÇÃO DE UM NÚMERO ‘CABALÍSTICO’
Na Fórmula 1, pilotos alcançam a glória voando a mais de 300 quilômetros por hora como se estivessem a apenas 69 km/h. Mas um conseguiu ficar famoso se arrastando a 69 como se andasse a mais de 300.
Contrariando toda a lógica desse esporte de velocidade, Victor “Al” Pease, em sua estreia no GP do Canadá de 1967, concluiu a prova nada menos que 45 voltas atrás do vencedor, o mítico Jack Brabham.
E ainda estabeleceu um notável recorde negativo, com a velocidade máxima de 69 km/h com seu Eagle. Pela façanha, foi o primeiro e até hoje o único piloto desclassificado de uma corrida da F1 por lentidão.
TARTARUGA RETARDATÁRIA
A carreira do inglês foi bastante curta: apenas três corridas em três temporadas. Numa delas, era tão lento no circuito que uma freada assustou Silvio Moser, que desviou e acabou enchendo o muro.
Empolgado com a performance, numa fechada em Jean-Pierre Beltoise detonou a Matra do francês. A mancada derradeira foi tentar se defender de Jackie Stewart, líder da corrida, e quase tirá-lo da pista.
Uma providencial bandeira preta para Al Pease, pela direção da prova, marcou o fim de sua desastrada história na F1 – mas, em contrapartida, deu o início à lenda no imaginário underground da categoria.
Radicado no Canadá, foi incluído no Hall da Fama do Automobilismo Canadense em 1998. Morreu no domingo, dia 4, aos 92 anos de idade. Por coincidência, corria com o número 69. Maldição, só pode.