A influência da cultura e do ambiente na percepção visual
ILUSÃO DE ÓTICA CONTIDA EM CENA TRIVIAL
O desenho acima representa um grupo de pessoas, talvez uma família com um cachorro, provavelmente dentro de casa, em uma sala com uma pequena janela. Alguma dúvida? Bem…
Já para os moradores de uma determinada região do leste da Africa, a mesma cena significa uma família embaixo de uma árvore, com uma mulher equilibrando uma lata na cabeça.
Esta curiosa experiência demonstra que a maneira como uma pessoa percebe uma imagem depende do local onde ela mora e consequentemente do seu repertório pessoal e cultural.
Acontece que os nativos do leste africano vivem em cabanas arredondadas, não estando acostumados a ver construções com os cantos angulados da nossa arquitetura ocidental.
Assim, não entendem a quina superior como a junção de dois planos verticais com outro horizontal e muito menos aquele buraco no meio da parede como sendo uma janela.
Por outro lado, você e eu dificilmente iríamos pensar em uma árvore e tampouco numa lata d’água equilibrada na cabeça por uma mulher sentada – e ainda com as pernas cruzadas!
A teoria da influência da cultura e do ambiente na percepção visual foi explorada pela primeira vez pelo missionário escocês Robert Laws, durante sua estadia em Malawi, no século XIX.
Ao notar suas próprias diferenças de percepção com os habitantes locais, ele ficou incentivado a pesquisar mais sobre o assunto.
Como acontece com as ilusões de ótica clássicas, nessa também percebemos uma imagem que é interpretada muito pelo que tendemos a enxergar e a entender como real.
A maneira como “vemos” o mundo vai além dos olhos. Os sentidos jogam a informação para dentro do nosso cérebro e aí, claro, sobressai a mistura com o que já está lá dentro.