Bioasfalto feito com bagaço de plantas é testado em estradas

Asfalto reciclado

RECAPEAMENTO BIOASFÁLTICO

Do blog ECOnsciência

Seria o ideal, mas tecnicamente impossível. Por isso, ninguém imagina, claro, que mesmo no futuro mais remoto a pavimentação das grandes cidades seja substituída por imensos gramados. Só quando os automóveis forem trocados por meios de transporte aéreo, se é que vai acontecer.

Por enquanto temos que nos contentar — e celebrar! — com o que pode ser a solução mais viável para tornar as estradas de terra mais transitáveis no entorno urbano. Trata-se do que foi batizado de bioasfalto, material que  utiliza um composto vegetal para endurecer e alisar pistas de terra.

Um estudante de engenharia civil da Universidade do Kansas, EUA, conduz experimentos com uma substância orgânica conhecida como lignina. Responsável por conferir rigidez às células vegetais, serve também como liga quando em contato com terra solta e pedregulhos, comuns em estradas vicinais.

Asfalto ecológico

De acordo com Wilson Smith, a lignina atuou bem como elemento coesivo entre os materiais tipicamente encontrados em estradas de terra. Na verdade, basta que se acrescente um pouco de água, o que acaba por tornar o agregado do solo mais liso, menos poeirento e também mais durável (com maior resistência à erosão), sobretudo em períodos chuvosos.

Após conduzir diversos experimentos, Smith chegou a cinco concentrações distintas de lignina, as quais se mostraram mais promissoras para o propósito. De acordo com o estudante, resta agora avaliar a resistência e a diminuição da erosão para cada uma das fórmulas.

“Nós queremos fazer uma análise exaustiva de como a coesão varia de acordo com a concentração de lignina, a quantidade de água e a compactação,” afirmou Smith. “Isso vai determinar, em estudos de campo, qual a porcentagem de lignina produz a maior estabilização do solo.”

Bioasfalto - Lignina

Outra vantagem da lignina é a facilidade como que o material pode ser obtido. Trata-se de um típico rejeito de culturas comerciais — caso do bagaço da cana-de-açúcar, da palha de milho e de vários outros resíduos da agricultura e também da indústria de papel.

Isso, naturalmente, torna a solução encontrada por Smith mais sustentável e renovável, sobretudo quando se considera as tecnologias mais utilizadas de pavimentação.

Os resultados das pesquisas devem ser apresentados até o final de fevereiro. Em seguida, Smith pretende firmar parcerias para efetuar testes de campo com a substância — algo que não deve ser de grande dificuldade, considerando-se que o Kansas é um estado sumamente agrícola.

Com TecMundo

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