BRICS podem enfrentar espionagem dos EUA com a BricsNet

REDE ALTERNATIVA DE INTERNET DOS BRICS

Rede Criptografada

A Agência de Segurança Nacional (NSA) e seu homólogo britânico, o Government Communications Headquarters (GCHQ) podem quebrar quase todos os softwares de criptografia existentes.

Isso inclui praticamente todos os protocolos de criptografia de e-mails e outras comunicações online, revelam os documentos vazados pelo ex-espião Edward Snowden.

As duas agências foram capazes de inserir as vulnerabilidades secretas em programas populares de criptografia para torná-los mais fáceis de quebrar.

A NSA, na verdade, gastou US$ 250 milhões por ano em um único programa para subornar empresas de tecnologia e ter acesso fantasma aos protocolos de criptografia, a fim de espionar governos, empresas e o público em escala global.

Como não adianta reclamar e prosseguir de braços cruzados, já se defende que os parceiros do Brasil no âmbito dos Brics — russos, chineses, indianos e sul-africanos — assumam o compromisso de trabalhar, coordenada e aceleradamente, no desenvolvimento de uma Bricsnet.

O termo, proposto por Mauro Santayana, decano do jornalismo brasileiro, seria uma rede de internet para o grupo, alternativa e paralela à que foi criada pelos EUA e que permanece sob estrito controle dos norte-americanos.

CADA UM FAZENDO A SUA PARTE

O novo sistema poderia contar com avançados programas criptográficos que embaralhassem a informação entre origem e destino, impedindo que ela fosse decifrada pelas agências de inteligência norte-americanas.

Sabe-se que o grande alvo da espionagem — e isso está claro no caso brasileiro — são os Brics, como a única aliança capaz de rivalizar com o bloco EUA-União Europeia nos planos político, estratégico e econômico nos próximos anos.

Essa mesma premissa vale para o campo das redes globais de comunicação instantânea.

A China possui, hoje, tecnologia de ponta na área de telecomunicações, a ponto de a Huawei ter sido impedida de trabalhar nos EUA, pelo Congresso dos Estados Unidos, sob a suspeita — olhe só quem está falando — de que seus equipamentos fossem usados para espionar os norte-americanos.

A Índia, com centenas de milhares de programadores formados, todos os anos, nas mais avançadas linguagens da engenharia da computação, dispõe de um verdadeiro exército para o desenvolvimento de softwares e chaves criptográficas virtualmente imunes à bisbilhotice da CIA ou da NSA.

CABOS SUBMARINOS E SATÉLITES

Juntos, Rússia, China, Índia, Brasil e África do Sul poderiam, se quisessem, em menos de um ano, espalhar uma rede de cabos submarinos da Bricsnet unindo seus respectivos continentes sem que esses equipamentos passassem, como acontece hoje, pelo território dos EUA.

Uma rede de satélites de comunicação da Bricsnet também poderia ser desenvolvida e lançada em curto espaço de tempo — quem sabe, como o primeiro projeto a ser financiado pelo banco de infraestrutura dos Brics.

Ela operaria nos moldes de outros programas já existentes, como o Cbers, o Programa de Satélites China-Brasil de Recursos Terrestres.

Uma aliança na Bricsnet entre desenvolvedores indianos e a manufatura chinesa, com a colaboração de russos, brasileiros e sul-africanos, seria praticamente imbatível no desenvolvimento e venda, para os países emergentes.

Só o Grupo Brics representa mais de 40% da população do mundo — de novos serviços de e-mail, redes sociais, navegadores, sistemas de exibição e distribuição de vídeos e música, sistemas operacionais para tablets e telefones inteligentes.

O problema é que tudo foi desenvolvido por empresas ocidentais que hoje colaboram, prestimosamente, com os serviços de espionagem dos Estados Unidos.

E o fato é que a comunicação entre países e entre pessoas não pode — em defesa justamente da liberdade e da democracia — ficar, sob nenhuma hipótese, a cargo de um único estado, por mais que esse estado acredite em mandato divino ou destino manifesto.

2 thoughts on “BRICS podem enfrentar espionagem dos EUA com a BricsNet

  • 9 de setembro de 2013 em 21:33
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    Parabéns pela publicação e me desculpe pelo comentário anterior. O autor foi citado e muito bem citado em seu post.

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    • 9 de setembro de 2013 em 21:53
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      Nada, Leo. Nós é que agradecemos pela sua preciosa colaboração e atenção com a boa informação. Por isso acompanhamos tão atentamente o seu JB. Abs e sucesso, Paulo.

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