Cães da nossa mídia latem no coral de uivos dos especuladores

PiG - Partido da imprensa Golpista

LATIDOS DESAFINADOS

O Chefe de Redação

Rentistas de todo o mundo sofrem os reveses da implosão neoliberal agravada pelo fim da farra especulativa nos países emergentes — Brasil entre eles. Como acontece quando as matrizes entram no cio numa matilha, os uivos de quem não gosta de trabalhar são caninamente saudados pelo back vocal midiático em português.

RENTISTAS UIVAM LÁ, A MATILHA LATE AQUI

Por Saul Leblon *

As aplicações do Sloane Robinson, um dos dez maiores fundos hedge do mundo e dos mais antigos de Londres, vão fechar o ano com saldo de apenas US$ 2,5 bilhões.

“Apenas” porque, em 2008, o fundo especulativo acumulava ativos 6 vezes maiores, de US$ 15,1 bilhões.

O Sloane esfarela. Sua rentabilidade despencou 17% somente no ano passado; afundará mais 2% em 2012.

Não é um caso isolado. Rentistas de todo o mundo sofrem os reveses da implosão neoliberal agravada pelo fim da farra nos países emergentes — Brasil entre eles.

Sua passagem pelo país incluía ganhos triplos:

. na arbitragem dos juros (maiores aqui, remunerando captações a um custo menor lá fora);

. na diferença cambial entre a data de ingresso e a da saída, uma vez que o próprio tsunami especulativo forçava a valorização do Real, garantindo conversões vantajosas para o dólar na despedida;

. e, finalmente, na jogatina rapidinha nas bolsas, sem nem dispor de ações próprias, alugando carteiras junto a bancos.

A obstrução da pista principal do circuito, a dos juros, derrubados a fórceps pelo governo Dilma, melou o resto do passeio, prejudicado ainda pela queda nos mercados acionários.

O rendimento médio dos fundos hedges este ano, segundo a Reuters, será 50% inferior à variação dos índices de ações dos mercados emergentes, que deve crescer apenas 5% frente a 2011, contra 450% entre 2003/2007.

É quase o fim de uma era. É desse pano de fundo que soam os vagidos em inglês contra o governo Dilma, ecoados de gargantas midiáticas profundamente comprometidas com as finanças desreguladas.

Caso da The Economist, que pediu a cabeça do ministro Mantega, na semana passada — caninamente saudada pelo seu back vocal em português.

E a do Financial Times desta semana, cujo blog faz referências grosseiras ao país e à nossa Presidenta.

Como acontece quando as matrizes entram no cio numa matilha, os uivos locais elevaram seus decibéis na última 4ª-feira.

Coube à Folha de S.Paulo cravar o latido mais alto da praça, em editorial pedindo “reforma geral nas prioridades nacionais”.

* No Blog das Frases

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