Chineses clonam patrimônio da humanidade para fazer turismo
HALLSTATT, A CIDADE AUSTRÍACA COPIADA
Que os chineses agem como praga e destroem qualquer segmento industrial quando resolvem copiar algum produto para invadir o mercado naquela escala que só eles conseguem, todo mundo já sabia.
Agora, clonar na moita uma cidade inteira, um dos principais cartões postais da Europa e reconhecida como patrimônio da humanidade pela Unesco, aí, também, já é a mais deslavada gafanhotagem.
Donde se justifica o estado de choque em que mergulhou a população de Hallstatt, na Áustria, ao descobrir por acaso que o seu lindo vilarejo alpino está virando cidade cenográfica para promover turismo de araque na província de Guangdong, na China.
O município chinês — onde já começaram as obras de reprodução — chama-se Boluo e tem 820 mil habitantes, cerca de mil vezes mais que a comunidade original. As construções replicadas serão utilizadas como residências, hotéis e lojas.
Aparentemente, suspeitam os austríacos, arquitetos chineses passaram os últimos anos fotografando e desenhando os prédios de Hallstatt. E esse procedimento deixa uma sensação de roubo.
Sob o ponto de vista legal, a princípio, não há problema em fotografar e reproduzir construções, apenas medições exigiriam a concordância dos proprietários dos imóveis.
De todas as formas, nunca se conseguirá reproduzir a paisagem natural e, principalmente, a história cultural que só os moradores podem fazer com que um patrimônio da humanidade seja o que é.
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Não foi a primeira. Thamestown, uma cidade inglesa também foi plagiada em 2006. Nem a estátua do Churchill escapou. Há outros projetos em andamento (veja no link abaixo). Como vc disse, fazer réplicas não constitui uma ilegalidade em si. Trata-se, acho eu, de coisa pior: “assassinar” a própria cultura – no caso a chinesa, milenar e tão bela.
http://www.architizer.com/en_us/blog/dyn/22986/an-austrian-town-copied-verbatim-in-china/