Como na eleição de Dilma, vitória de Obama causa onda racista no Twitter
INTOLERÂNCIA QUE SE REPETE
A democracia pressupõe que a vontade da maioria se sobreponha à da minoria, cabendo aos derrotados se submeter aos resultados das urnas.
Em 2010, tivemos o caso da jovem Mayara Petruso que se tornou famosa ao destruir sua carreira por não aceitar a eleição de Dilma Rousseff.
Todos se lembram da onda de intolerância em que a paulista mergulhou (veja abaixo) ao atacar indiscriminadamente os nordestinos pelo Twitter.
Muitos relacionaram o incidente a um típico “bairrismo” retrógrado. Mas a história se repete num país considerado culturalmente “avançado”.
Barack Obama venceu as eleições dos Estados Unidos depois de receber 50,5% dos votos. 48% dos eleitores votaram no republicano Mitt Romney.
A parte mais radical desses eleitores ficou insatisfeita com o resultado, e as mídias sociais foram o meio de expressão da sua frustração.
O Twitter foi tomado por mensagens racistas e de cunho ofensivo contra Barack Obama, entre os dias 1º e 7 de novembro.
O blog inglês, portanto neutro, FloatingSheep teve a ótima ideia de mapear os tweets racistas para compreender o fenômeno da intolerância.
O resultado mostra uma clara divisão entre os Estados do país, que ainda remete aos tempos da Guerra Civil.
O FloatingSheep localizou geograficamente a origem dos 395 tweets que demostravam mais ódio e racismo contra Obama.
Depois, comparou com o número total de tweets de cada localização com base no mesmo período.
O Sul — historicamente escravocrata — incluiu os Estados que emitiram os tweets proporcionalmente mais racistas.
Não é de se estranhar que Mississipi, Alabama e Geórgia tenham se sobressaído com a maior proporção de tweets racistas.
O top 10 também incluiu Louisiana, Tennessee, Missouri e Utah — neste último, o candidato da elite branca, Mitt Romney, teve 73% dos votos.
A menor proporção foi publicada na região Nordeste, incluindo os Estados de Washington e Nova York, e Califórnia e Seattle, na Costa Oeste.
Não por acaso, são as áreas dos EUA reconhecidamente com ideais mais progressistas e com nível civilizatório mais avançado.
Com informações do Terra