Criada uma rede social, do tipo Facebook, só para ‘coxinhas’
E TAMBÉM ROLA UM ‘BARRACO’ ENTRE ELES
Imagine um ambiente virtual exclusivo — ou seja, não inclusivo e excludente — onde somente pessoas diferenciadas são aceitas.
Esta rede social, tipo Facebook, já existe e possui uma caraterística exótica: ela só pode ser frequentada pelos coxinhas da China.
A rede chama-se “Zhenghe Island” ou “Zhisland” (zhisland.com) que, traduzida do mandarim, significa literalmente “soma positiva”.
Segundo a Marianne, revista semanal francesa, um conflito entre dois capitalistas chineses revelou a existência dessa rede privada reservada aos endinheirados locais.
De fato, quem adere ao Zhisland paga o equivalente a mais de 11 mil reais de entrada e a rede está reservada a usuários com rendimentos mensais acima de 1 milhão 500 mil reais.
Seu fundador, Liu Donghua, diz que ela junta os “vencedores chineses” e que é a primeira plataforma da Internet que reúne “todos os gigantes dos negócios em conjunto”.
A participação na comunidade virtual exige o cumprimento de um regulamento interno, que proíbe a passagem para fora da rede das informações nela divulgadas.
E, pelo menos na teoria, é exigido o respeito a um código de conduta jamais usado pelos coxinhas na prática: integridade, moralidade, ética, caridade, tolerância, cooperação… (pausa para risos)
Continuando, a Zhisland tornou-se notícia por uma polêmica entre dois ricaços ególatras, divulgada por um jornal de Hong-Kong.
Wang Ying, gestora de um fundo de investimento chinês, reagiu na rede a um artigo do fundador da empresa de informática Lenovo.
Liu Chuanzhi apontava aos membros da Zhisland que não deviam se envolver “em debates políticos e falar apenas sobre questões econômicas”.
O barraco aumentou e Wang Ying acabou por abandonar a rede e declarar publicamente que não é “daqueles empresários que se omitem em política”.
Por não acreditar “que os responsáveis por empresas devam ajoelhar-se” frente a políticos influentes, o magnata foi pressionado a se afastar.
O South China Morning Post especula ainda que esta polêmica reflete uma cisão profunda que estaria ocorrendo na “comunidade empresarial chinesa”.