Envelhecer, com Arnaldo Antunes – letra e música


ENVELHECER

Composição do sempre genial ex-Titã do Iê-Iê Arnaldo Antunes, além de Marcelo Jeneci e Ortinho

A coisa mais moderna que existe nessa vida é envelhecer
A barba vai descendo e os cabelos vão caindo pra cabeça aparecer
Os filhos vão crescendo e o tempo vai dizendo que agora é pra valer
Os outros vão morrendo e a gente aprendendo a esquecer…

Não quero morrer pois quero ver
Como será que deve ser envelhecer
Eu quero é viver pra ver qualé
E dizer venha pro que vai acontecer

Eu quero que o tapete voe
No meio da sala de estar
Eu quero que a panela de pressão pressione
E que a pia comece a pingar

Eu quero que a sirene soe
E me faça levantar do sofá
Eu quero pôr Rita Pavone
No ringtone do meu celular

Eu quero estar no meio do ciclone
Pra poder aproveitar
E quando eu esquecer meu próprio nome
Que me chamem de velho gagá

Pois ser eternamente adolescente nada é mais demodé
Com uns ralos fios de cabelo sobre a testa que não pára de crescer
Não sei por que essa gente vira a cara pro presente e esquece de aprender
Que felizmente ou infelizmente sempre o tempo vai correr

Não quero morrer pois quero ver
Como será que deve ser envelhecer
Eu quero é viver pra ver qualé
E dizer venha pro que vai acontecer

Eu quero que o tapete voe
No meio da sala de estar
Eu quero que a panela de pressão pressione
E que a pia comece a pingar

Eu quero que a sirene soe
E me faça levantar do sofá
Eu quero pôr Rita Pavone
No ringtone do meu celular

Eu quero estar no meio do ciclone
Pra poder aproveitar
E quando eu esquecer meu próprio nome
Que me chamem de velho gagá

* A dica, de ótimo gosto, como sempre, é do nosso editor Marcos Eduardo Machado.

2 thoughts on “Envelhecer, com Arnaldo Antunes – letra e música

  • 17 de outubro de 2009 em 13:16
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    Rômulo, sua presença poética não só é util como fundamental para enriquecer este nosso cantinho e a blogosfera em geral. Sinto-me honrada. Obrigada pela deferência, de coração.

    Resposta
  • 17 de outubro de 2009 em 09:38
    Link permanente

    amigos:
    este meu poema não é novo, mas não está publicado em livro.
    caminha pela internet. quem sabe ele é útil por aqui.

    “de alguma forma
    morrer um dia:
    de luta armada,
    de mulher
    ou de poesia.”

    um abraço.
    romério

    Resposta

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