Envelhecer, com Arnaldo Antunes – letra e música
ENVELHECER
Composição do sempre genial ex-Titã do Iê-Iê Arnaldo Antunes, além de Marcelo Jeneci e Ortinho
A coisa mais moderna que existe nessa vida é envelhecer
A barba vai descendo e os cabelos vão caindo pra cabeça aparecer
Os filhos vão crescendo e o tempo vai dizendo que agora é pra valer
Os outros vão morrendo e a gente aprendendo a esquecer…
Não quero morrer pois quero ver
Como será que deve ser envelhecer
Eu quero é viver pra ver qualé
E dizer venha pro que vai acontecer
Eu quero que o tapete voe
No meio da sala de estar
Eu quero que a panela de pressão pressione
E que a pia comece a pingar
Eu quero que a sirene soe
E me faça levantar do sofá
Eu quero pôr Rita Pavone
No ringtone do meu celular
Eu quero estar no meio do ciclone
Pra poder aproveitar
E quando eu esquecer meu próprio nome
Que me chamem de velho gagá
Pois ser eternamente adolescente nada é mais demodé
Com uns ralos fios de cabelo sobre a testa que não pára de crescer
Não sei por que essa gente vira a cara pro presente e esquece de aprender
Que felizmente ou infelizmente sempre o tempo vai correr
Não quero morrer pois quero ver
Como será que deve ser envelhecer
Eu quero é viver pra ver qualé
E dizer venha pro que vai acontecer
Eu quero que o tapete voe
No meio da sala de estar
Eu quero que a panela de pressão pressione
E que a pia comece a pingar
Eu quero que a sirene soe
E me faça levantar do sofá
Eu quero pôr Rita Pavone
No ringtone do meu celular
Eu quero estar no meio do ciclone
Pra poder aproveitar
E quando eu esquecer meu próprio nome
Que me chamem de velho gagá
* A dica, de ótimo gosto, como sempre, é do nosso editor Marcos Eduardo Machado.
Rômulo, sua presença poética não só é util como fundamental para enriquecer este nosso cantinho e a blogosfera em geral. Sinto-me honrada. Obrigada pela deferência, de coração.
amigos:
este meu poema não é novo, mas não está publicado em livro.
caminha pela internet. quem sabe ele é útil por aqui.
“de alguma forma
morrer um dia:
de luta armada,
de mulher
ou de poesia.”
um abraço.
romério