Gato não lambuza o queixo ao beber leite por aversão a água
Do blog BananaPost (em 12/11/2010)
Um estudo feito por pesquisadores do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), nos Estados Unidos, diz ter encontrado a resposta para um mistério que há milênios intriga os seres humanos: como os gatos conseguem beber leite sem molhar o queixo.
Ao examinar um gato doméstico com as câmeras de alta velocidade — Bingo! — os cientistas constataram que o animal usa a língua para carregar a água para a boca sem romper a tensão na superfície do líquido.
O estudo, publicado na prestigiosa revista Science, explica como os gatos se diferenciam dos cachorros, reconhecidos pela tremenda zorra que aprontam na hora de matar a sede.
Desafio científico Cutta Cutta
O afamado biofísico do MIT Roman Stocker, que coordenou o estudo, diz que teve a ideia de investigar a física das lambidas desses animais após assistir ao seu próprio gatinho, chamado Cutta Cutta, se alimentando. Ele ficou intrigado com os movimentos linguais:
“Me dei conta de que há um problema biomecânico interessante por trás dessa ação tão simples. O projeto evoluiu a partir daí”, declarou.
Cutta Cutta foi também a “cobaia” do estudo, que envolveu uma infinidade de técnicos, engenheiros, físicos e matemáticos do Instituto Politécnico da Virgínia e da Universidade de Princeton, e durou três anos e meio a um custo que ninguém teve coragem de divulgar.
Leite adesivo
As imagens mostram que gatos usam um mecanismo mais complexo e sutil para beber, ao contrário de humanos, que sugam o líquido, e de cachorros, que dobram a língua para a frente formando uma espécie de concha.
A língua do gato se dobra para trás ao descer em direção ao líquido e toca levemente na superfície dele, ao invés de mergulhar. Simplesmente espetacular!
Stocker explica que “o fluido entra em contato com a língua e adere a ela. Ao puxar a língua rapidamente de volta, o gato cria uma coluna de líquido que vai até a boca”.
Ao fechar a mandíbula, o animal captura parte do leite, e repete o movimento. A descoberta de tal capacidade felina deixou os cientistas boquiabertos.
Língua robótica
Para compreender o mecanismo com mais detalhes, os pesquisadores desenvolveram um sofisticadíssimo equipamento de última geração em forma de língua de gato mecânica. Com ele foi possível chegar à conclusão de que o processo é o resultado do equilíbrio entre duas forças – a inércia e a gravidade.
Segundo Roman Stocker, a criação da coluna de líquido é regida pela inércia – a tendência de uma substância de se movimentar em uma direção até que outra força intervenha. A outra força em questão é a gravidade.
O mais impressionante, segundo ele, é que “no início, a coluna de leite tem mais comprimento e volume, mas em algum momento a gravidade se sobrepõe à inércia e ela cai de volta na tigela”, explica.
Por isso, de acordo com o estudo, os gatos desenvolveram uma rara percepção para saber qual é o exato momento de fechar a boca, para conseguir capturar o máximo de leite que sobre na coluna.
Tamanho é documento sim
Gatos domésticos dão, em média, quatro lambidas por segundo, cada uma trazendo cerca de 0,1 ml de leite para a boca. Grandes felinos como os tigres, lambem mais devagar, não para saborear o líquido mas apenas para manter o equilíbrio entre as duas forças, já que dispõem de línguas bem maiores.
Stocker e seu time de especialistas lamentam não saber explicar por que o ato de beber para os gatos envolve um mecanismo tão diferente de outros animais, mas a suspeita é de que ele pode ter nascido da conhecida aversão dos felinos à água.
Eles acreditam que a cara do animal, é extremamente sensível. E, assim, chegou-se à principal conclusão do estudo: “Por causa disso, eles devem querer que a região em torno do nariz, especialmente queixo e bigodes, fiquem o mais seco possível”, diz Stocker.
Não acredita no que acabei de relatar, acha que inventei tudo isso? Então confirme aqui.
* * *
e eu sempre achei que era por causa do queixo pequeno… ou porque eles naum tem grandes labios para chupar com o biquinho. hehehe.
Difícil imaginar que o ser humano tenha evoluído até o dias atuais sem ter tido acesso a essa informação fundamental. Foram os milhões de dólares mais bem empregados na história da humanidade.