Golpes e ‘barrigas’ da velha mídia para chantagear presidentes
A MORAL DE VELHAS PROSTITUTAS
Aos poucos, sem nenhum respeito ou rigor jornalístico, boa parte da mídia passou a tratar Rosemary Noronha como amante do ex-presidente Lula.
A “namorada” de Lula, a acompanhante de suas viagens internacionais, a versão tupiniquim de Ana Bolena, quiçá a reencarnação de Giselle, a espiã nua que abalou Paris.
Como a versão das conversas grampeadas entre ela e Lula foi desmentida pelo Ministério Público Federal, é pouco provável que o submundo midiático volte a apelar para grampos sem áudio.
Restou então essa nova sanha: acabar com o casamento de Lula e Dona Marisa.
Já que a torcida pelo câncer não vingou e a tentativa de incluí-lo no processo do “mensalão” está, por ora, restrita a umas poucas colunas diárias do golpismo nacional que repercutem acusações sem provas de Marcos Valério, o jeito foi apelar para a vida privada.
Lula pode continuar sendo popular, pode continuar como referência internacional de grande estadista que foi, pode até se anunciar como possível candidato ao governo paulista, para desespero das senhoras de Santana.
Mas Lula não pode ser feliz.
Como não é possível vencê-lo nas urnas, urge, ao menos, atingi-lo na vida pessoal.
ÓDIO E RESSENTIMENTO
Isso vem da mesma mídia que, por oito anos, escondeu uma notícia, essa sim, relevante, sobre a amante de um presidente da República.
Por dois mandatos, Fernando Henrique Cardoso foi refém da Rede Globo, uma empresa beneficiária de uma concessão pública que exilou uma repórter, Míriam Dutra, alegadamente grávida do presidente.
Miriam foi ter o filho na Europa e, enquanto FHC foi presidente, virou uma espécie de prisioneira da torre do castelo, a maior parte do tempo na Espanha.
Não há um único tucano que não saiba a dimensão da dor que essa velhacaria causou no coração de Ruth Cardoso, a discreta e brilhante primeira-dama que o Brasil aprendeu desde muito cedo a admirar e respeitar.
Dona Ruth morreu com essa mágoa, antes de saber que o incauto marido, além de tudo, havia sido vítima do famoso “golpe da barriga”.
O filho, a quem ele reconheceu quando o garoto fez 18 anos, não é dele, segundo exame de DNA exigido pelos filhos de Ruth Cardoso. Uma tragicomédia varrida para debaixo do tapete, portanto.
O assunto, salvo uma reportagem da revista Caros Amigos, jamais foi sequer aventado por essa mesma mídia que, agora, destila fel sobre a “namorada” de Lula − assim, sem nenhum respeito ao constrangimento que isso deve causar ao ex-presidente, a Dona Marisa e aos filhos do casal.
Liberados pela falta de caráter, bom senso e humanidade, a baixa assessoria de tucanos, entre os quais alguns jornalistas, usa as redes sociais para fazer piadas sobre o tema, palhaços da tristeza absorvidos pela vilania de quem lhes confere o soldo.
Esse tipo de abordagem, hipócrita sob qualquer prisma, era o fruto que faltava ser parido desse ventre recheado de ódio e ressentimento transformado em doutrina pela fracassada oposição política.
E os jornalistas vendidos, sob a justificativa da sobrevivência e do emprego, cada vez mais se prestam ao emporcalhamento do jornalismo.
Por Leandro Fortes