Governo descobre que existem redes sociais na Internet
PROTESTOS ACORDAM GOVERNO PARA NET
Demorô! Foi preciso a própria presidenta Dilma ouvir pessoalmente as reclamações de uma comissão de representantes de movimentos sociais formada por jovens para o governo acordar para a necessidade de criar um canal permanente de diálogo por meio das redes sociais.
A iniciativa foi tomada pela Secretaria Nacional da Juventude, ligada à Presidência da República, enquanto não cai a ficha da paquidérmica Secretaria de Comunicação do Palácio do Planalto, que ainda tenta entender do que se trata esse tal de Facebook, blogosfera e Internet em geral.
De acordo com a secretária Severine Macedo, da Secretaria Nacional de Juventude – órgão ligado à Secretaria-Geral da Presidência –, o chamado “observatório participativo” buscará discutir temas como educação, saúde, mobilidade urbana, violência nas periferias e educação no campo.
O “observatório participativo” será uma espécie de rede social, na qual o visitante criará seu próprio usuário e poderá interagir com os demais. Estará à disposição dos internautas também um banco de dados com textos e informações dirigidas aos jovens com temas sobre mobilidade, educação e saúde.
“O observatório participativo fará com que a gente tenha um canal permanente de diálogo com os jovens pelas redes sociais para consultas públicas, mas também para aprofundar o conteúdo acerca do tema juventude e das políticas publicas”, disse Severine Macedo.
Atualmente, existe o Conselho Nacional da Juventude, mas os jovens ali representados devem ser eleitos por organizações sociais. Com o “observatório”, a diferença, segundo a secretária, é que o governo poderá dialogar com qualquer jovem que queira ser consultado, sem necessariamente ser eleito para o conselho.
“O Conselho Nacional da Juventude tem um caráter institucionalizado, com instituições que são eleitas para participar. É muito representativo, mas não cabe dentro dele todas as organizações. A gente quer abrir um canal com jovens que não necessariamente estão em alguma organização social”, disse.
A presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), Virgínia Barros, também participou da reunião e disse que as medidas que vêm sendo tomadas pela Presidência em relação às manifestações “dialogam e tentam responder às demandas” dos jovens.
“Nunca houve um momento tão favorável para o Brasil debater reformas sociais”, disse.