Governos ‘democráticos’ aumentam vigilância sobre internautas

Governos vigiam Internautas

POR MEDO FICAM DE BUTUCA

O Chefe de Redação

A vigilância dos poderosos (e amedrontados) sobre os internautas está em alta: apenas no primeiro semestre deste ano, o Google recebeu quase 21.000 pedidos de informações de usuários por parte de governos ao redor do mundo.

Em seu mais recente Relatório de Transparência, o Grande Irmão mostra os EUA, claro, no topo da lista, com 7.969 pedidos (dos quais 90% foram atendidos); o Brasil vem em terceiro lugar, com 1.566 pedidos (76% atendidos).

Entre os dados que ficam nas mãos do Google estão históricos de busca, mensagens do Gmail, preferências do YouTube, fotos no Picasa, documentos armazenados no Google Drive e informações sobre usuários do Blogger.

Outra informação divulgada no relatório é o número de pedidos de remoção de conteúdos desses serviços: 1.791 solicitações de janeiro a junho de 2012 (contra 1.048 no segundo semestre de 2011).

Tecnicamente, o Relatório de Transparência serve como um indicador do comportamento de governos ao redor do mundo.

Na Turquia, por exemplo, há leis específicas sobre difamação de figuras públicas, enquanto na Alemanha os pedidos são para remover conteúdo neo-nazista. Já no Brasil solicita-se a remoção de conteúdos durante as eleições porque uma lei restringe paródias de candidatos.

Big Brother Google

Para Nick Pickles, diretor do grupo de campanha Big Brother Watch, o cenário é inquietante:

“Deveria nos preocupar o fato de que, enquanto o governo tenta justificar o monitoramento de todos os nossos e-mails, visitas a websites e mensagens em mídias sociais, há centenas de pedidos de dados recusados todos os anos pelo Google”.

Ele ressalta que outras empresas deveriam divulgar detalhes sobre esse tipo de solicitação, para que o público soubesse até onde vai o poder de vigilância dos governos.

“A informação que revelamos é apenas uma pequena fração da interação dos governos com a internet, já que não sabemos sobre a maior parte dos pedidos feitos a outras empresas de tecnologia ou telecomunicações”, defende-se a analista de políticas do Google.

Dorothy Chou lembra, contudo, que em 2011 companhias como o Twitter, o LinkedIn e o Dropbox passaram a divulgar suas estatísticas também.

“Nossa esperança é que, com o tempo, mais dados irão dar suporte ao debate público sobre como manter a internet livre e aberta”.

Com Daily Mail

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