Internauta não perde mais tempo em sites de grandes jornais
LIDERANÇA: BLOGS, FACEBOOK E TWITTER
A notícia a seguir ajuda a compreender parte do motivo que levou a direção das organizações Globo a proibir a citação explícita dos nomes das redes sociais Facebook e Twitter em todos os seus programas de tevê. A blogosfera, para eles, continua na mesma: nunca “existiu”.
“Apesar de mais de metade da população digital acessar sites informativos, os grandes jornais são uma parte pequena do total de consumo na Internet, representando apenas 7% das visitas, só 1,3% do tempo gasto e, menos ainda, somente 0,9% do total de páginas visitadas”.
A revelação aparece no relatório anual em que a Associação Mundial de Jornais (conhecida pela sigla WAN-IFRA) traça o estado dos grandes grupos de mídia que dominam o setor.
Uma das conclusões indica que, embora a Internet seja um meio comum para obter informação, os sites de jornais não atraem usuários durante muito tempo.
MUDANÇA DE HÁBITOS
E o que isto significa? Que o internauta passou a dar preferência às notícias veiculadas em sites indendendentes e na blogosfera, e a trocar as informações ali obtidas por meio das redes sociais. Só que a análise, convenientemente, omite o que todo mundo percebe com clareza cristalina.
Lê-se ainda, na síntese do relatório que reúne dados de 70 países, entre 2006 e 2012, que “um dos maiores desafios para os editores continua a ser como aumentar a interação das audiências com as plataformas digitais”.
Mas eles vão dar com os burros n’água: a maior dificuldade dos barões da velha mídia ainda é compreeender o que significa a Internet em termos de mudança vertiginosa nos hábitos e na forma como os cidadãos absorvem a informação.
No que diz respeito às edições impressas, os dados continuam a apontar uma tendência que se verifica há anos: a queda da circulação e da publicidade nos mercados desenvolvidos, praticamente compensada em termos globais pelas subidas nos países em desenvolvimento.
No Brasil, as empresas dos irmãos Marinho ainda se sustentam graças o pagamento das Bonificações por Volume (BV) às agências de propaganda, apontadas por especialistas como uma das responsáveis pelo persistente monopólio da mídia no país.
QUEBRADEIRA
Globalmente, a circulação de jornais caiu 0,9%, sustentada pelo crescimento na Ásia, Oceania e América Latina. Entre 2011 e 2012, a circulação caiu 6,6% na América do Norte, 5,3% na Europa Ocidental e 8,2% na Europa de Leste.
Já os números dos cinco anos até 2012 mostram uma quebra acentuada, liderada pelo mercado europeu: circularam menos 24,8% de jornais na Europa Ocidental e menos 27,4% na Europa de Leste, ao passo que na América do Norte a quebra foi de 13%. As assinaturas caíram menos do que as vendas em banca.
A Associação Mundial de Jornais sublinha que muitos títulos estão a optar por modelos de conteúdo pago online e cita dados dos EUA, onde metade dos jornais enveredaram por esta via.
O modelo preferido é o de estabelecer uma barreira de pagamento a partir de um determinado número de artigos gratuitos. Todavia, até agora, a medida apresentou mais controvérsias do que resultados entre quem adotou o duvidoso esquema.
O relatório aponta ainda a importância dos dispositivos móveis: “Celulares e tablets rapidamente se tornam o meio preferido por muitos consumidores de notícias, representando 20% das páginas visualizadas”.