Joaquim Barbosa critica como negros são tratados na televisão
VELHA MÍDIA AMEAÇA DIREITO DE MINORIAS
“A mídia brasileira é afetada pela falta de pluralismo. Esta característica pode ser percebida especialmente pela ausência de negros nos meios de comunicação.
Embora pretos e mulatos correspondam à metade da população, é muito rara a sua presença nos estúdios de televisão e nas posições de poder e liderança na maioria das emissoras.
Eles raramente são chamados para expressar suas posições e sua expertise, e de forma geral são tratados de forma estereotipada.
Também há pouca diversidade política e ideológica da mídia, dominada por apenas três jornais de circulação nacional, todos eles com tendência ao pensamento de direita.
A ausência de pluralismo é uma ameaça ao direito das minorias”.
(Pausa para palmas…)
Quem disse isso não foi nenhum blogueiro independente, como seria de se esperar, mas ninguém menos que o “improvável” Joaquim Barbosa, ministro do Supremo Tribunal Federal.
A surpreendente declaração foi feita pelo presidente do STF no evento de comemoração do Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, realizado pela Unesco, na Costa Rica, transcorrido neste 3 de maio.
E qual o motivo da surpresa? É que o “Batman” do Judiciário saiu pela primeira vez do script traçado pela velha mídia, desde que começou a protagonizar a novela do “Julgamento do Mensalão”.
Ao se despir do figurino original, JB corre o risco de perder a condição de queridinho midiático e também ser submetido ao moedor de reputações de mulheres e homens públicos da imprensa monopolista.
A perplexidade com a fala do magistrado dá razão à velha máxima que circula nos meios forenses: “De cabeça de juiz e bunda de neném, ninguém nunca sabe o que vem”.