Mar de Aral na Ásia Central seca e vira um deserto com poças
DÓI NO CORAÇÃO VER O MAR VIRAR SERTÃO
Agora não tem cota de volume morto, como o do Sistema Cantareira, que dê jeito: pela primeira vez na história, como também já se previa, a parte oriental do mar de Aral secou completamente.
Fotografias de um satélite da NASA, em 19 de agosto, mostram que o Uzbequistão já não possui seu enorme lago salgado, outrora com 68.000 km² de superfície e 1.100 km³ de volume de água.
Segundo Philip Micklin, geógrafo do Instituto de Michigan Ocidental, a perda da maior parte deste lago salgado deve-se à falta de chuvas e de neve nas montanhas de Pamir, onde nascem os rios que alimentam o Aral, o Amu Daria e o Sir Daria.
O fator humano também afetou o sistema ecológico: parte da água doce destes rios é utilizada para irrigação em áreas desérticas.
É a primeira vez que o lago secou em 600 anos, revelam os registros históricos.
O mar de Aral começou a perder volume gradualmente a partir dos anos 1960, quando mais água dos rios que o alimentavam foi desviada para finalidades agrícolas.
Em 1989, aconteceu a divisão das águas: formaram-se, com a seca, dois lagos em vez de um: o do Norte e o do Sul. Foi a parte oriental do Aral do Sul que secou agora.
O mar de Aral foi o quarto maior lago do mundo até 1960. O primeiro lugar nesta lista é ainda ocupado por outro lago vizinho, que é o mar Cáspio (é um lago por não ter saída para o oceano).
Clique nas imagens para ampliar e veja aqui a evolução da seca apenas neste século.
Dói muito muito mesmo.