Monsanto também financia agências de espionagem dos EUA
MULTI DOS TRANSGÊNICOS ESPALHA VÍRUS
A mega-espionagem promovida pelos EUA não é só política, mas, sobretudo, econômica. Para impor os seus produtos em todo o mundo, as transnacionais financiam agências de espionagem, vigiam governos e empresários e ainda disparam ataques cibernéticos contra concorrentes e críticos dos seus negócios.
O LADO MAIS SUJO DA MONSANTO
O grupo norte-americano Monsanto é um gigante no agronegócio – e é o número um na área da controversa tecnologia de manipulação “verde” dos transgênicos.
Para os seus opositores, a Monsanto é um inimigo assustador. E continuam a acontecer coisas intrigantes que fazem o inimigo parecer ainda mais aterrorizante.
No mês passado, a organização europeia protetora do meio ambiente Amigos da Terra e a Federação para o Meio Ambiente e Proteção à Natureza da Alemanha (BUND) quiseram apresentar um estudo sobre os efeitos do herbicida glifosato no corpo humano.
Os herbicidas que contêm glifosato são carros-chefes da Monsanto. A empresa fatura mais de dois bilhões de dólares apenas com o agente Roundup. Os “herbicidas Roundup”, assim sustenta a Monsanto, “têm uma longa história de uso seguro em mais de 100 países”.
Entretanto existem também investigações alegando que o agente causa prejuízos a plantas e animais; e o estudo mais recente demonstra que muitos moradores de grandes cidades vivem com o veneno no próprio corpo, sem terem conhecimento disso.
Como tantas outras coisas relacionadas a esse assunto, é discutível o que exatamente o pesticida é capaz de provocar no organismo humano.
A HORA DO PÂNICO
Foi quando, a dois dias da publicação do estudo em dezoito países, um vírus paralisou o computador do principal organizador, Adrian Bepp. Houve ameaça de cancelamento das entrevistas coletivas em Viena, Bruxelas e Berlin.
“Surgiu o pânico”, lembra Heike Moldenhauer da BUND. Os ativistas do meio ambiente viram-se correndo contra o tempo.
Moldenhauer e os seus colegas tinham feito diversas especulações sobre os motivos e a identidade do misterioso agressor.
A especialista em tecnologia genética do BUND acredita que o principal objetivo do desconhecido fornecedor do vírus tenha sido “gerar confusão”.
Não há nada pior para uma investigação do que cancelar uma conferência da imprensa. “E nós ficamos nos perguntando se estávamos vendo fantasmas”, diz Moldenhauer.
A Monsanto se defendeu das especulações, negando a sua vocação “fantasma”. Os críticos, entretanto, têm outra visão.
Ela tem a ver com a espessa trama tecida ao redor do mundo pela Monsanto, cujos entroncamentos estão localizados nos serviços secretos norte-americanos, nas suas forças armadas, em empresas de segurança privadas e, é claro, também junto do governo dos EUA.
ALGUÉM SERÁ MORTO
É o que tudo leva a crer porque, coincidentemente, de uns tempos para cá um número expressivo de críticos da Monsanto tem sido vítima de ataques cibernéticos regulares, praticados com gabarito profissional.
Também os serviços secretos e o serviço militar gostam de contratar hackers e programadores. Estes são especialistas em desenvolver cavalos de tróia e vírus para penetrar em redes de computadores alheios.
O ex-agente da CIA Edward Snowden chamou atenção, por exemplo, ao nexo entre as ações dos serviços de notícias e as movimentações da economia.
Não por acaso, alguns dos poderosos lobistas da Monsanto entendem bastante do assunto da guerra cibernética.
“Imagine a internet como uma arma que está sobre a mesa. Ou você a pega, ou o seu concorrente irá fazê-lo, mas alguém será morto”, dizia Jay Byrne, antigo chefe de relações públicas da Monsanto.
É comum empresas lutarem com métodos suspeitos em função daquilo que consideram como seu “direito”, como sendo “o certo”.
Porém, os termos “amigo ou inimigo”, “ele ou eu” já denotam uma linguagem belicosa. E numa guerra é preciso ter aliados – por exemplo, aqueles instalados no serviço secreto.
EXÉRCITO DE LOBISTAS
São conhecidos os contatos da Monsanto com o notório ex-agente secreto Joseph Cofer Black, que colaborou na formulação da “lei da selva”, na “campanha anti-terror” de George W. Bush.
Esse cara é especialista para trabalho sujo, da linha dura. Trabalhou para a CIA durante quase trinta anos, sendo inclusive o chefe “antiterrorista”. Mais tarde seria o vice-presidente da empresa de segurança particular Blackwater, que mandou milhares de mercenários para o Iraque e o Afeganistão.
Há investigações que mostram como são estreitos os laços da direção da Monsanto com o governo central em Washington e com representações diplomáticas dos EUA no mundo inteiro.
A empresa tem auxiliares eficazes em diversos lugares. Antigos colaboradores da corporação ocupam altos postos nos EUA, em departamentos governamentais e ministérios, em federações da indústria e universidades. Por vezes, são relações quase simbióticas.
De acordo com informações da organização anti-lobby Open Secrets, no ano passado 16 lobistas da Monsanto ocuparam cargos de alto nível no governo Obama e em agências reguladoras norte-americanas.
Quer dizer, tá tudo dominado. Continue lendo mais AQUI.