Moore: Assange é o terror dos mentirosos e senhores da guerra
AGORA SOMÓS NÓS QUE VIGIAMOS O BIG BROTHER
O cineasta norte-americano Michael Moore, realizador do filme “Farenheit 9/11”, defende com toda a veemência o fundador do WikiLeaks e diz que Julian Assange é “o terror dos mentirosos e dos senhores da guerra”.
Por Carla Pedro *
O australiano Julian Assange ganhou mais um defensor de peso. Michael Moore demonstrou o seu apoio ao fundador do WikiLeaks e anunciou que contribuirá com 20.000 dólares para ajudar a pagar a sua fiança, estabelecida em 375.000 dólares (283.000 euros).
“Assange é o terror dos mentirosos e dos senhores da guerra”, escreveu o cineasta norte-americano na sua página de Internet.
“Apoio Julian Assange, que considero um pioneiro da liberdade de expressão, do governo independente e da revolução digital do jornalismo”, afirmou Michael Moore. “O seu compromisso de revelar as falácias dos governos e das empresas oferece à sociedade uma oportunidade para se defender”, acrescentou.
“Imaginem o quão diferente seria o mundo se o WikiLeaks já existisse há 10 anos. (…) Talvez a próxima guerra não seja tão fácil, porque conseguimos virar a mesa… agora somos nós que vigiamos o Grande Irmão”, referiu Moore, numa alusão ao célebre “Big Brother Is Watching You” e provavelmente também aos ataques do 11 de Setembro, decorridos há mais de 9 anos.
Recorde-se que o fundador do WikiLeaks foi detido sob acusação de crimes sexuais, tendo um juiz do tribunal de Westminster concedido a sua libertação sob fiança, dia 14. Mas, para tal, Assange deverá pagar uma fiança de 283.000 euros, andar com pulseira eletrônica, ter endereço registrado, manter contato com a polícia todos os dias às 18h e cumprir um toque de recolher obrigatório de quatro horas, duas vezes por dia.
Julian Assange, que se entregou no dia 7 devido a acusações de crimes sexuais, terá também de entregar o seu passaporte. Assange se diz inocente das acusações na Suécia. Ele afirma que manteve relações sexuais com as duas mulheres que o acusam de crime, mas diz que foi sexo consentido.
As duas jovens [de origem cubana], ambas voluntárias do WikiLeaks, tiveram relacionamentos sexuais com Assange numa viagem à Suécia em agosto passado, mas dizem que essas relações deixaram de ser voluntárias ao darem-se conta de que Assange não tinha preservativos [ou que, segundo uma delas, teria furado a camisinha “de propósito”. Suspeita-se também que as mulheres tenham ligações com a CIA, o serviço secreto norte-americano].
* No Jornal de Negócios, de Portugal