Músculos artificiais criados com gelatina rastejante ativada por DNA
A COISA TÁ VIVA, ECA!
Do blog ECOnsciência
Sabe aqueles seres gosmentos e rastejantes tão comuns no roteiro de filmes de ficção, coisa trash, de terceira categoria?
Pois é, uma geleca passou a responder a estímulos externos e em breve também vai se transformar numa gelatina rastejante.
Cientistas usaram DNA para criar um “gel dinâmico”, que reage de forma muito semelhante a uma célula. E para que serve esse negócio?
O maior interesse dos geneticistas da Universidade da Califórnia, em Santa Bárbara, é construir uma nova classe de músculos artificiais.
O novo tipo de gel capaz de reações pode ser chamado de “material inteligente”, comparam os responsáveis pela tecnologia.
O gel tem capacidades mecânicas ativas porque ele gera forças de forma independente, produzindo mudanças em sua elasticidade e em seu formato quando consome moléculas de ATP para obter energia – de forma muito parecida com o que uma célula faz.
GEL DE DNA
O gel ativo de DNA também se parece com as células nas dimensões – cada grumo mede 10 micrômetros de diâmetro.
O material é permeado por nanotubos de DNA conectados entre si por fitas longas e flexíveis igualmente de DNA, que servem como substratos para motores moleculares.
É a flexibilidade dos nanotubos e a maneira como se interconectam que determina como o gel responde aos estímulos.
Usando um motor molecular – uma proteína bacteriana chamada FtsK50C – o gel reage da mesma forma como o citoesqueleto reage à miosina – contraindo e se distendendo.
A proteína liga-se a superfícies determinadas nas fitas de DNA que servem de conexão entre os nanotubos, forçando-os a contrair e se aproximar uns dos outros, fazendo o gel inflar e se contrair.
O combustível da geleca ambulante é o ATP (adenosina trifosfato), o mesmo usado pelas células vivas.
POSSÍVEIS APLICAÇÕES
Embora esteja nos estágios iniciais de desenvolvimento, os cientistas afirmam que o gel de DNA poderá ter uma série de aplicações, incluindo a fabricação de músculos artificiais e materiais inteligentes.
Em termos mais imediatos, o material deverá ajudar a estudar as forças mecânicas exercidas pelas células, que desempenham um papel importante não apenas em seu funcionamento normal, mas também quando as coisas dão errado, como no surgimento dos tumores.
Agora que criaram um gel que pode se contrair e distender, os pesquisadores pretendem refinar a técnica para criar movimentos distintos, como fazer o gel torcer-se e rastejar.
Eles planejam também usar outros motores moleculares para fazer a gelatina móvel de DNA imitar outros comportamentos celulares, como mudar de formato e se dividir.
Com Inovação Tecnológica