O charme dos relógios de mesa com a estrutura de cimento rachada
FRATURA NO CONCRETO ARMADO É DESIGN
A graça, o charme destes relógios de mesa consiste exatamente na “imperfeição” provocada por suas rachaduras. Sem elas, seriam apenas carcaças de cimento banais, medíocres, e não autêntico Design.
Como os estonianos que criaram as peças estão tecnicamente impedidos de cobrar royalties por sucata de demolição – e como também somos adeptos do remix –, vamos desvendar o mistério da fabricação.
Tudo começa com o molde retangular de madeira – compensado para tapumes ou MDF tipo OSB para criar texturas irregulares na superfície – onde será despejada a massa. Gesso pedra também funciona.
O miolo deve conter uma estrutura de vergalhões – daí concreto armado – para dar resistência à mistura do cimento com os demais agregados (areia, brita etc). E, claro, um nicho para a máquina do relógio.
Depois de seco, e após o desmolde da forma, o momento crucial de quebrar o bloco. Obviamente, uma cacetada aleatória não vai criar o efeito desejado. O mais provável é que destrua totalmente a peça.
O recomendável é um golpe seco, controlado, no meio do tijoço, com o auxílio de uma talhadeira para direcionar a primeira fratura e preservar o nicho superior. Depois vêm as demais, na metade de baixo.
Finalmente, o acabamento e a montagem. O conjunto pode ser mantido com o aspecto de cimento cru ou receber vários tipos de pinturas, com colorações para harmonizar com os demais objetos no entorno.
Quem quiser extravasar seus instintos pichadores tem o recurso do aerógrafo para rabiscar símbolos e slogans — ou customizar com mini graffiti e estêncils. Aí é só encaixar a máquina e os ponteiros. Pronto!
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